Jubileu 2025: Assistência espiritual responde ao desejo de «esperança maior» dos doentes – padre Fernando Sampaio (c/vídeo)

Capelão do Hospital de Santa Maria e diretor do Gabinete de Escuta no Patriarcado de Lisboa valoriza gestos de cuidado e acompanhamento de quem sofre

 

Lisboa, 13 jan 2025 (Ecclesia) – O padre Fernando Sampaio, capelão do Hospital de Santa Maria e diretor do Gabinete de Escuta do Patriarcado de Lisboa, afirmou que a assistência espiritual responde ao desejo de “esperança maior” dos doentes, nas instituições de saúde.

“Muitas vezes os doentes, mesmo não sendo religiosos ou não tendo uma dimensão espiritual ao longo da sua vida, porque a vida é feita de muita coisa e muitas solicitações, quando chegam aqui, põem essas questões e abrem-se, de facto, à necessidade de que haja uma esperança maior”, refere o sacerdote, em entrevista à Agência ECCLESIA.

Para o responsável católico, as pessoas que trabalham nos hospitais são “portadoras da esperança” através “da palavra, dos gestos de cuidar e pela escuta”, com dinâmicas “acolhedoras e atenciosas”.

A pessoa doente, observa, acaba por descobrir “as suas capacidades interiores de transformação da própria vida” e, nesse sentido, “a esperança faz renascer a vida”.

Partindo do tema escolhido pelo Papa para o Jubileu 2025, a esperança, o padre Fernando Sampaio sublinha que, nas situações limite, “é importante que a pessoa fale daquilo que tem para falar”, inclusive da própria morte.

“A nossa presença é sempre uma presença de natureza espiritual”, acrescenta o entrevistado do Programa ECCLESIA (RTP 2), que a cada segunda-feira aborda a temática do Ano Santo.

O sacerdote explica que o Gabinete de Escuta do Patriarcado de Lisboa conta com o apoio de voluntários, “tecelões de esperança” que trabalham em três espaços – a que se devem somar outros dois, num futuro próximo.

“Tecem a esperança a partir da escuta e com a comunicação empática”, sublinhou o responsável, precisando que essa escuta é feita “a partir das angústias, das ansiedades, dos temores das pessoas e de outras dificuldades e perdas que trazem”.

Através de uma “comunicação ativa e empática”, a esperança começa “a brotar dentro da própria pessoa”.

O encontro presencial, realça o padre Fernando Sampaio, é “muito importante”, porque “visualizar a presença permite captar uma outra linguagem, que transmite emoções, que transmite assuntos importantes acerca da alma e da vida da pessoa”.

“De uma maneira geral, as pessoas ficam satisfeitas com a ajuda que tiveram”, conclui o diretor do Gabinete de Escuta do Patriarcado de Lisboa.

Em relação ao projeto inter-religioso no Hospital de Santa Maria, o padre Fernando Sampaio reconhece atrasos na implementação, apelando à valorização da espiritualidade como “recurso” para enfrentar os desafios do sofrimento.

PR/LFS/OC

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