Jubileu 2025: Ano de oração é convite para preparar «momento importante na história da salvação» – Padre António Sant’Ana

Jesuíta lança sugestões para percorrer caminho até ao próximo Ano Santo

Foto: Vatican Media

Lisboa, 20 mar 2024 (Ecclesia) – O coordenador europeu da Rede Mundial de Oração do Papa (RMOP) apresentou, em entrevista à Agência ECCLESIA, algumas propostas para viver o ano de oração na preparação para o Jubileu 2025, que considera ser “um momento importante na história da salvação”.

“Penso que a ideia do Papa é um bocadinho quando nós preparamos uma festa, estou a pensar num casamento, é preparado com muito tempo de antecedência, o vestido da noiva, o catering, o bolo, o lugar, tudo é preparado com cuidado e acho que nós também temos que preparar com cuidado este grande Jubileu e preparamo-lo por dentro, no coração. E, por isso, o ano da oração vem aqui como um convite a que nós individualmente, mas como comunidades, possamos preparar este grande acontecimento”, afirmou o padre António Sant’Ana.

O entrevistado defende que a oração é um momento de encontro e diálogo com Deus, que pode “acontecer de muitas formas”, seja fazer uma pausa para “rezar um pai-nosso”, “rezar o terço com uma comunidade”, “entrar numa igreja” para uma adoração eucarística ou até recorrendo a meios digitais.

“Hoje em dia também as plataformas, as redes sociais também nos ajudam muito a isso. O importante é que a pessoa possa fazer momentos em que entra dentro de si e procura dentro do mais profundo de si próprio um espaço em que Deus lhe fala. E isso é a oração”, indicou.

Para viver o ano de oração, o padre António Sant’Ana sugere o podcast “Respiro do Silêncio”, uma proposta de oração diária para ser rezada até ao Domingo da Ressurreição do Senhor, com o texto com a sua assinatura e a voz da jornalista Rosário Salgueiro.

“Nós hoje vivemos a correr, vivemos com imensas solicitações e não temos quem nos dê propostas de oração. As pessoas não chegam a casa e têm um padre que lhes diz: ‘agora vais rezar cinco minutos’. E este ‘Respiro de silêncio’ é exatamente isso. É um respiro, é um momento que a pessoa pode fazer de manhã, à tarde, à noite, um respiro em que faz silêncio”, destaca.

O sacerdote jesuíta refere que esta iniciativa tem a duração de 1 minuto e 30 e é intercalada “com períodos de silêncio” para cada um poder “ir vivendo o dia a dia”, podendo ser escutada em qualquer lugar.

Ao podcast “Respiro do Silêncio” junta-se a plataforma de oração do Papa ‘Click to Pray’, que tem a “principal missão de divulgar a intenção mensal de oração do Papa”.

“Quem rezar o ‘Click to Pray’ em Portugal está a rezar as mesmas orações que reza um cristão em qualquer parte do mundo, onde tem acesso também, nas diferentes línguas, a esta mesma plataforma da Rede Mundial”, explica o padre António Sant’Ana.

“A Rede Mundial tem 33 mil seguidores e, portanto, é uma coisa universal. Toca a igreja universal. Também é uma experiência bonita de não me sentir sozinho, fazer parte de uma grande rede. Por isso é que a obra se chama Rede Mundial, porque é uma rede, não é digital, mas é real, de pessoas que rezam com o Papa, com as intenções do Papa, pelos desafios da humanidade”, acrescentou.

O religiosa fala que a RMOP é uma obra da Santa Sé, que coloca cada um a “olhar para o mundo através do olhar do Papa”.

“O Papa identifica mensalmente alguma condição do mundo que pede a nossa oração e nós acompanhamos o Papa rezando com ele por essa oração. Podem ser intenções mais ligadas à nossa vida da Igreja, mas podem ser intenções mais universais da vida do mundo”, adianta.

Todos os meses, a RMOP lança o vídeo do Papa, que é gravado na Santa Sé, em que Francisco apresenta num minuto e meio o conteúdo da intenção.

Antigamente, a praça era o lugar da discussão da vida pública e da vida social. Hoje em dia, as praças são digitais. E, por isso, se nós não vamos a este mundo digital, depois nós também não vamos à realidade das pessoas. E, por isso, cada vez mais investimos nestas plataformas para podermos estar onde estão as pessoas, os jovens”.

O jesuíta considera que este é o ponto de partida para depois cada um ser movido “a entrar numa igreja, a ir ao encontro de um sacerdote, a fazer uma adoração eucarística”.

“Estes lugares não são insubstituíveis, estes lugares físicos. Mas, hoje em dia, depois da discussão, o encontro, a proposta, os subsídios de orações, a maior parte deles, hoje em dia, são digitais. É o novo mundo em que vivemos”, assinala.

O Ano Santo de 2025 vai ser o 27.º jubileu ordinário da história da Igreja; o Papa Bonifácio VIII instituiu, em 1300, o primeiro ano santo – com recorrência centenária, passando depois, segundo o modelo bíblico, cinquentenária e finalmente fixado de 25 em 25 anos.

HM/LJ/OC

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Agência ECCLESIA

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