Ano Santo 2025: Oração «é a busca da perfeição» na vida do pecador – Arcebispo de Évora

D. Francisco Senra Coelho afirmou na conferência «Orar com santos e pecadores», integrada nas catequeses de preparação do Jubileu, que ser santo «não pertence aos heróis»

Évora, 19 set 2024 (Ecclesia) – D. Francisco Senra Coelho disse hoje que a oração “não é exercício de vida perfeita mas a busca da perfeição no pecador”.

Somos chamados a perceber que ser santo não é uma atitude de vitória pessoal, não pertence aos heróis, a santidade não é um prémio atribuído a quem vence maratonas; ser santo é construir um projeto de amor, de casa comum, construir a paz em tolerância e respeito, colocar-se ao serviço do Criador, percebendo que todos os dias se caminha caminhando e se abraça Deus quando se abraça a história pessoal”, afirmou o arcebispo de Évora durante a catequese sobre ‘Orar com Santos e Pecadores’.

No convento da Cartuxa, em Évora, na quarta catequese realizada no âmbito do ano de preparação do Jubileu 2025, D. Francisco Senra Coelho sublinhou a “humildade” de um caminho que se faz caminhando.

“Santos e pecadores podem continuar a esforçar-se; santos e pecadores podem continuar a caminhar e a estar certos que mantenham a fé, aprendam a suportar defeitos e faltas com humildade, não se envergonhem por serem simplesmente humanos”, lembrou.

Apresentando um caminho de santidade, e lembrando a história de santos que “hoje olham para nós com os olhos de Deus, com carinho, com compaixão das nossas misérias”, o arcebispo de Évora afirmou a importância de “aceitar a fragilidade”, sem “rendição ao caminho”.

“Enquanto se enfrentam as prova de vida espiritual, fazemos caminho caminhando”, assegurou.

D. Senra Coelho quis lembrar ainda a importância de não “esconder” a dimensão espiritual: “É um caminho derrapante, sofrido, magoado e tantas vezes doente”.

“Os santos, se forem observados de longe, podem parecer distantes e assustadores; embora as suas vidas sejam heroicas e exemplares, os santos olham para nós com os olhos de Deus, com carinho, com compaixão das nossas misérias”, reconheceu.

O responsável lembrou também que os santos aprenderam a rezar com pecadores e afirmou que quem deseja crescer na “oração e contemplação” deve converter a sua vida “aos princípios do Evangelho”.

“Na oração, se é sincera, o que é posto a descoberto é a nossa necessidade perante a nossa miséria. Aqui se revela a misericórdia. Jesus pede abandono e reconhecimento, não pede grandes gestos. Nesta confiança em Deus, mesmo mostrando as fraquezas, tudo muda”, assegurou.

Numa Nota Pastoral publicada a 19 de maio, na solenidade de Pentecostes, a CEP convidou as comunidades católicas a celebrar o Ano de Oração convocado pelo Papa, rumo ao Jubileu 2025, sob o lema “Peregrinos de Esperança”.

O Dicastério para a Evangelização (Santa Sé) preparou oito ‘Apontamentos sobre a Oração’ como apoio à vivência deste ano, que a CEP, em cooperação com as Edições Paulinas, a Agência ECCLESIA e o Departamento de Comunicação do Patriarcado de Lisboa, vai divulgar em oito fascículos, acompanhados de “folhetos pedagógicos para ajudar à reflexão”.

No dia 21 de janeiro, o Papa proclamou um ano de oração para preparar as celebrações do Jubileu 2025, cuja porta santa vai ser aberta no próximo dia 24 de dezembro, na Basílica de São Pedro.

O Jubileu 2025 coincide com os 1700 anos do Concílio de Niceia, que abordou a data da celebração da Páscoa, e terá uma dimensão ecuménica numa das rotas de peregrinação propostas, o ‘Iter europaeum’, 28 Igrejas que se referem a 27 países europeus e à União Europeia, com alguns templos de outras comunidades cristãs.

O ano santo de 2025 vai ser o 27.º jubileu ordinário da história da Igreja; o Papa Bonifácio VIII instituiu, em 1300, o primeiro ano santo – com recorrência centenária, passando depois, segundo o modelo bíblico, cinquentenária e finalmente fixado de 25 em 25 anos.

LS/PR

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