JRS inaugura instalações com dúvidas sobre o futuro

O Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS) inaugurou hoje as suas novas instalações na freguesia da charneca do Lumiar, num espaço espaço cedido pela Câmara Municipal de Lisboa, em parceria com a SGAL (Sociedade Gestora da Alta de Lisboa). As novas instalações terão melhor capacidade para acolher os imigrantes e refugiados que procuram o JRS, mas neste momento há dúvidas sobre a continuidade de alguns serviços que são hoje prestados. Em declarações à RR, a directora do JRS-Portugal, Rosário Farmhouse, adianta que alguns serviços de âmbito social e de ajuda aos imigrantes poderão fechar se não conseguir ultrapassar rapidamente as dificuldades financeiras que enfrenta, por não ter “um financiamento fixo”. A falta de apoio é particularmente sentida no “gabinete social”. 150 mil euros é quanto esta Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) precisa, anualmente, para sobreviver, mas do Estado tardam as ajudas necessárias, pelo que há projectos que poderão não passar do papel. “Neste momento, estamos a pensar como é que vamos conseguir viver e se vamos ter ou não de fechar alguns dos serviços (…). A questão é que nós não somos uma associação de imigrantes, somos uma associação que trabalha para e com os imigrantes e, portanto, não podemos aceder aos fundos que vêm do Alto Comissariado”, explica esta responsável. As novas instalações oferecem um CLAI, apoio social, apoio médico e medicamentoso, clube de emprego, ajuda à procura de casa, reconhecimento de qualificações de imigrantes e apoio jurídico. As apostas futuras, segundo Rosário Farmhouse, passam pelo “reconhecimento de qualificações”, onde o JRS já tem uma vasta experiência, e por projectos ligados à sensibilização das novas gerações para a questão das migrações. Redacção/RR História O Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS – Jesuit Refugee Service) é uma organização internacional da Igreja Católica, sob a responsabilidade da Companhia de Jesus (Jesuítas). O JRS tem como missão “acompanhar, servir e defender” os direitos das pessoas refugiadas e deslocadas à força, em qualquer parte do mundo. Tem como prioridade acompanhar os refugiados que estão em situação limite, bem como aqueles que são mais esquecidos. O serviço a toda a população de refugiados, deslocados e imigrantes baseia-se na ajuda concreta à sua integração dum modo digno e, tanto quanto possível, feliz. O JRS – Portugal foi fundado em 1992. Tem sede em Lisboa e funciona em instalações disponibilizadas pelos Superiores da Companhia de Jesus. Até 1999, o JRS era uma organização de retaguarda, não tinha intervenção directa com a população, levando a cabo campanhas de alerta para a problemática dos refugiados e deslocados (ex: campanha contra as minas anti-pessoais). Em 1999, começou com os Cursos de Português para estrangeiros. Com a chegada dos imigrantes de Leste a Portugal, e não havendo resposta institucional para os seus problemas, o JRS decidiu também começar a ajudar esta população. Toda esta actividade tem sido desenvolvida em estreita articulação com as entidades estatais, nomeadamente, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), a Inspecção Geral do Trabalho (IGT), o Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas (ACIME), a Câmara Municipal de Lisboa (Plano Lx), a Segurança Social, a Polícia de Segurança Pública (PSP), a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e alguns hospitais estatais. Também tem sido desenvolvido um trabalho de parceria com outras instituições ou entidades que trabalham na mesma área, como sejam, a Obra Católica para as Migrações, o Centro Padre Alves Correia (CEPAC), o Conselho Português para os Refugiados (CPR) ou a Fundação AMI, entre outras. Todas estas entidades têm tentado apresentar respostas válidas e atempadas aos problemas que os imigrantes enfrentam no nosso país.

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