Jovens vianenses acolheram Cruz das Jornadas da Juventude

Primeira paragem da peregrinação que tem lugar pelo país, até 20 de Agosto

Os jovens vianenses que se reuniram na igreja de S. Domingos para receberem a Cruz das Jornadas Mundiais da Juventude, vinda de Santiago de Compostela, eram poucos, mas vigorosos na sua expressão de fé.

Apesar de ao final do dia a cidade já se encontrar praticamente vazia, os populares que se cruzaram com a Cruz e com o Ícone de Maria que a acompanha, sentiram-se interpelados pelos cânticos que foram entoados e pelas palmas que aclamavam este símbolo da redenção cristã.

Vencida a pequena distância até à Sé Catedral, com algumas pessoas a deixarem a esplanada para perguntarem sobre o acontecimento, a Cruz entrou na “igreja mãe da diocese” para uma celebração da Palavra e um momento de adoração expresso no gesto de beijar o madeiro.

Nesta hora de paragem em Viana do Castelo, o Administrador Apostólico da Diocese dirigiu uma mensagem aos jovens alertando-os para a necessidade de serem hoje fermento da novidade de Cristo em cada uma das comunidades a que pertencem e desafiou-os a deslocarem-se a Madrid no próximo ano para o Encontro Mundial com o Santo Padre.

A partir de um texto de S. Paulo, D. José Pedreira salientou que é a Palavra quem transforma a vida de cada um, desde que disponíveis para a acolher no coração e a transmitir pela boca e pela acção quotidiana.

À semelhança do tempo de S. Paulo, também a sociedade contemporânea coloca «obstáculos» a olhar para esta Cruz que é «redentora» e a aceitar e viver o seu dinamismo. Seria mais fácil aceitar uma Igreja que pregue a «glória», agora o sofrimento, o desapego, a humildade da entrega contradizem tempos de procura de glórias e honrarias fáceis.

Segundo D. José Pedreira, são três as tentações/obstáculos que os jovens e não só enfrentam actualmente. A «cobiça da carne» que influencia na direcção de uma vivência do imediatismo, «viver o tempo presente tanto quanto mais possível».

Depois, continuou, temos a «cobiça dos olhos» onde impera o ter, o administrar bens numa manifestação de ostentação.

Finalmente, a tentação da «soberba da vida» onde se procura o poder a qualquer preço e cujo grande objectivo é «mandar sem ter que obedecer». Cristo apresentou-se poderoso na sua fraqueza e para escândalo de uns e loucura de outros, entregou a sua vida pela humanidade, concluiu o Prelado.

Depois, entre cânticos e a leitura de diferentes passagens bíblicas, todos os que acorreram à Sé de Viana tiveram oportunidade de tocar, beijar, este ícone que o Papa João Paulo confiou aos jovens do mundo inteiro.

Entre outros, nesta presença de jovens na recepção à Cruz e ao Ícone de Maria destacava-se um grupo de jovens oriundos da comunidade paroquial de Reboreda, do Arciprestado de Vila Nova de Cerveira.

Márcio Asseiro, assumiu a voz do grupo, salientando que se deslocaram a Viana para manifestarem na sua juventude a adesão a Cristo e responderem ao apelo de João Paulo II. Acolher e venerar este símbolo é também manifestação da vontade do grupo participar nas Jornadas de Madrid do próximo anos, aliás à questão responderam em coro a cantar com a coreografia: «Sim, nós vamos a Madrid».

A cerimónia terminou em jeito de ensaio para Madrid, com os jovens em coro, ao desafio do director do Departamento Nacional da Pastoral da Juventude, a afirmarem-se «firmes na fé» porque «enraizados e edificados em Cristo». Posteriormente, a Cruz e o Ícone foram entregues a jovens da Diocese de Braga.

Paulo Gomes, Diário do Minho

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