Os Jovens Sem Fronteiras celebram em 2008, 25 anos de trabalho de evangelização dos jovens, mas também de estabelecimento de pontes com comunidades portuguesas mais pobres. Uma realidade juvenil que encontra nos 44 grupos espalhados de Norte a Sul do país, pessoas interessadas na linguagem jovem dos valores do Evangelho. Este fim de semana, em Fátima, os animadores e vice animadores estão reunidos num encontro nacional de formação, onde importa formar é certo, mas também programar e avaliar, este ano com a razão suplementar de o encontro de animadores se integrar no ano Jubilar dos JSF, celebrado deste o passado encontro em Lordelo e que se vai estender até ao próximo ano. Os grupos dos JSF, sendo muito diferentes uns dos outros, manifestam preocupações comuns. O caminhar em grupo no meio juvenil “é complicado”, aponta o Pe. Tony Neves, missionário espiritano, à Agência ECCLESIA. A religião não é uma das preocupações fundamentais dos jovens actualmente. Por isso, no dia a dia, os jovens sentem-se “aves raras e remadores contra a corrente”. Esta realidade obriga a encontrar mais razões para fazer uma opção pelos valores cristãos e a ter uma “certeza espiritual mais forte, que os capacite também para ser animadores”, aponta o sacerdote espiritano. O encontro de Lordelo, em Outubro passado, juntou mais de 300 jovens do JSF. Este foi “um excelente ponto de partida”, recorda, altura onde também foi lançado o programa já construído e foram feitas sugestões para que os grupos localmente pudessem “pensar em formas criativas de trazer a missão para o coração das comunidades paroquiais”, reforçando a dimensão missionária. Das actividades nacionais programadas para as celebrações destaca-se a Semana Santa, em Taizé, e no fim de Junho, a peregrinação entre Valença e Santiago de Compostela. O grande Encontro Nacional dos JSF será em Caneiro, Ourém e em Fátima. Para 4 de Outubro fica já marcado o Festival da Canção e uma eucaristia no Santuário de Fátima. As semanas missionárias deste ano lançam um maior desafio para 2008. “Este ano contámos com 120 jovens nas seis semanas que organizámos”, aponta o Pe. Tony Neves, que relembra ainda as pontes em Moçambique. No próximo ano vão realizar uma ponte também, em Angola. Iniciativas que já agitam os jovens, e são uma oferta para que “descubram formas de fazer missão”. No meio das celebrações importa realçar que , numa altura em que a Igreja aponta decréscimo no número de participações juvenis, “os JSF estão a crescer”. Isto significa “futuro”, realça o sacerdote espiritano que apenas lamenta não conseguirem dar resposta às solicitações dos locais onde ainda não estão presentes. O Pe. Tony Neves realça também a criação, há 15 anos, da ONGD, Sol Sem Fronteiras, que tem sido “o nosso braço solidário de forma organizada”, possibilitando desenvolver projectos nas áreas da saúde, da educação, direitos humanos, apoio às crianças e aos jovens e também na pastoral. Vários projectos foram sendo lançados, que “sem ser grandes, têm ajudado algumas comunidades pobres a ter escolas, centro de saúde, local para acolher meninos de rua, apoiar a promoção feminina em locais interiores da Guiné ou de Angola”, explica. É um movimento que não só investe na formação da espiritualidade e fé a nível teórico mas “manifesta um grande esforço para que a dimensão solidária prática tenha lugar”, finaliza.