Não há dúvida de que o verão é mais do que praia e muito sol: é cada vez mais o tempo privilegiado da solidariedade. Em Angola, que tenta superar as feridas de décadas de guerra, são muitos os jovens portugueses em projectos de voluntariado missionário, estendendo a mão e procurando dar algo de si a quem mais precisa. Um dos exemplos chega do interior angolano, onde continua a missão dos quatro voluntários que partiram no “Projecto ASA – Acção Solidária com Angola 2004”, que permanecem neste país até ao próximo mês de Setembro. A educação, a saúde e a promoção da mulher são algumas das áreas em que o seu contributo se fará sentir na diocese de Novo Redondo, Sumbe, província do Quanza Sul, no litoral centro de Angola. A Ana Rute Santos, o Paulo Pereira, a Susana Querido e a Vânia Pereira são jovens com idades entre os 20 e os 23 anos, acompanhados pelo Pe. Vítor Mira, coordenador do projecto. No relato que envia desta experiência, o sacerdote confessa que “não sabemos o que se passa no mundo, mas estamos aqui: olhando à volta, temos a sensação de estar algures, em África”. Com mais esta edição do Projecto ASA, a quinta consecutiva, serão 22 os voluntários da diocese de Leiria-Fátima que passaram por esta experiência de dois meses em Angola. Desta vez, contudo, trabalham essencialmente no interior, numa zona rural, e a expectativa é grande porque é o primeiro ano de uma nova fase de missão. “Estamos na Donga. Esta já foi uma terra proibida nos tempos de guerra e desde meados dos anos 80 era impossível aqui desenvolver qualquer acção devido à situação político-militar”, explica o Pe. Vítor Mira. Agora, as populações que fugiram desta área vão regressando aos poucos, pedindo que alguém se interesse por elas e lhes estenda a mão. Por isso mesmo, os jovens são constantemente interpelados: “Não vão, fiquem já aqui”. De momento, os projectos não podem ultrapassar os dois meses, mas está já em fase avançada o processo de geminação, que poderá permitir algo de mais permanente e efectivo. Este ano os apoios materiais para a concretização deste projecto vieram de três paróquias: Marrazes, Ourém – Nª Sª das Misericórdias e Colmeias onde foram feitos peditórios à saída das missas. Contou ainda com a colaboração das paróquias de Amor e Bajouca, onde foram realizadas duas festas missionárias.
