E querem levar palavras do Papa consigo
“Não é um ponto de partida nem de chegada, mas é um momento importante para a caminhada”, explica Nuno Ganito, responsável pelo grupo de 16 pioneiros do agrupamento 1208 de Miraflores, em Algés, referindo-se à alocução de Bento XVI dirigida aos jovens na Nunciatura Apostólica.
Explicar o que se experimenta com as palavras do Papa não é fácil para os jovens. O responsável opta por traduzir o inexplicável.
“Não é uma experiência que se repita. São experiências que devem ser vividas porque se vive algo inexplicável. Mas é bom que passem por estas experiências, porque elas marcam”.
As palmas ensurdeceram os presentes quando Bento XVI chegou à janela para saudar os jovens.
Separados por um cordão policial e por barreiras de ferro, a distância de alguns metros até à varanda não parecia importunar os muitos jovens que se acotovelavam junto à Nunciatura Apostólica para cantar e esperar uma palavra especial de Bento XVI.
No metro especial que levou os jovens do Terreiro do Paço directamente à Nunciatura, o ambiente era já de festa, onde as palavras de ordem era «Viva o Papa».
Carlota Leitão, uma jovem de Lisboa, afirmava não ir sozinha à Nunciatura. “Encontrei 11 mil amigos no «Eu Acredito»”.
“Vi a cara jovem que a Igreja tem nesta organização” traduz a jovem lisboeta ainda na expectativa das palavras de Bento XVI.
A Avenida Luís Bívar rapidamente se encheu de jovens e menos jovens que queriam saudar o Papa e ouvir breves palavras.
“Santo Padre, confirme-nos na fé, ensine-nos a ser discípulos” dizia um animador ao microfone, incentivando os jovens e recebendo palmas e «Vivas» como resposta.
Antes das palavras de Bento XVI, os cânticos animaram e as leituras conduziram os momentos. Mas não foi preciso esperar muito tempo para que a cortina da varanda na Nunciatura Apostólica, em Lisboa se abrisse e, acompanhado por D. Rino Passigiato, Núncio Apostólico, aparecesse Bento XVI.
Por breves instantes o Papa apenas sorriu agradecendo o entusiasmo dos jovens e levantando os braços, agitava mais a assembleia em baixo.
“Foram palavras de muita proximidade. Achei que ele estava em sintonia com os jovens o que demonstra uma carinho especial por nós”, afirma Ana Soeiro que chegou de Mafra. Inserida no grupo de organização e animação esta jovem ficou espantada com a adesão a esta actividade.
Na Sexta-feira o Papa regressa a Roma, mas, explica Ana Soeiro, “o mais importante é vê-lo sempre como o nosso Papa e se assim for, ele estará sempre presente”.
Nuno Ganito explica que o incentivo de Bento XVI vai dar continuidade ao trabalho de “partilha, reflexão e crescimento espiritual” que o CNE desenvolve.
O incentivo à missão vai ser, segundo Tiago Tavares, da Costa de Caparica, uma “tónica forte nesta visita”.
Este jovem reteve o incentivo à missão que Bento XVI referiu na homilia na Eucaristia no Terreiro do Paço, dirigido a sacerdotes e a leigos “Acredito que os grupos de jovens vão sentir-se confortados e impelidos a partir para ajudar os que mais precisam”.
Sem hesitar, Tiago Tavares, explica que facilmente aderiu a esta iniciativa.
“Realmente acredito na Igreja e no Papa e foi um prazer ver como 10 mil jovens se juntaram facilmente e mostraram a sua alegria frente à Nunciatura”.