Jovens de Braga chamados a criar unidade

O Dia Diocesano da Juventude pretende ser uma forma de criar unidade diocesana, explicou o padre José Carlos Vilas Boas, coordenador da Pastoral Juvenil na Diocese de Braga, à margem da iniciativa, que se realizou ontem no auditório do Centro Cultural e Pastoral, em Braga. A actividade, com o tema “Filhos solidários”, reuniu cerca de 400 participantes, de toda a Diocese. O sacerdote explicou que o Dia Diocesano costumava ser preenchido com um momento de reflexão e o festival. Mas este ano optou-se por um figurino diferente. A organização quis promover «um dia de reflexão e encontro », de modo a que os jovens sintam «que são grupos que vivem a mesma realidade e não andam dispersos». O programa começou com uma oração, que procurou despertar «para a necessidade de se dar as mãos. As mãos são um sinal de dedicação, acolhimento e perdão. Cristo precisa das nossas mãos». Seguiu-se uma reflexão sobre o tema “Filhos solidários”, pelo padre salesiano Rui Alberto, uma iniciativa «com dinâmica, música e comentários, para os jovens compreenderem ». Depois de um almoço partilhado, os arciprestados mostraram, através de encenações, músicas, textos e poesias, uma reflexão previamente feita. «Desafiámos os grupos a reflectir sobre o tema “Filhos solidários” e ver a própria realidade. Nós ligámos com as equipas arciprestais, que tentaram mobilizar os grupos. Dentro do que foi a recolha nos próprios arciprestados, eles trouxeram o que reflecte a sua realidade e maneira de pensar». O padre José Carlos Vilas Boas disse que este ano não se realiza o festival, que normalmente surge associado ao certame de âmbito nacional, que em 2007 também não tem lugar. No futuro, «talvez» a iniciativa «passe para outro dia», de modo a fazer a distinção entre as duas acções. A propósito das próximas acções, o coordenador da Pastoral Juvenil revelou que, de 21 para 22 de Julho, tem lugar uma peregrinação a S. Bento da Porta Aberta, uma iniciativa que marca o encerramento do ano pastoral. Jesus Cristo Na eucaristia do Dia Diocesano da Juventude, celebrada na capela do Seminário Menor, o Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, desafiou os jovens a amar-se a si mesmos, à sua família, às restantes famílias, à respectiva paróquia e à Diocese. Baseando-se na Mensagem do Papa Bento XVI para o Dia Mundial da Juventude, o prelado referiu-se à interpelação dos jovens, para eles serem capazes de «mostrar ao mundo que hoje é possível amar ao jeito de Cristo ». «Se amarmos ao jeito de Jesus Cristo, estamos a mostrá-Lo, a manifestá-Lo e a dizer que Ele está vivo», acrescentou. Segundo D. Jorge Ortiga, «é preciso mostrar aos outros que é possível amar-se a si próprio. É preciso que cada um se ame a si mesmo. Mas isso é ter a coragem de ter uma vida sadia, de harmonia, coerência, autenticidade, sem excessos, que não se prende em excentricidades e não se centra em coisas supérfluas». «Mas depois é preciso que cada um mostre que ama dentro da própria família. Um jovem crente tem que concretizar em primeiro lugar o amor em casa e mostrar que é possível amar em casa, no sentido de se sacrificar e doar». Além disso, «os jovens devem ser capazes de mostrar que é possível amar as outras famílias. Os jovens católicos deviam interessar-se pelas famílias, particularmente pelas mais necessitadas. Era bom esquecer-se de si próprios para ir ao encontro dos outros». O prelado desafiou também os jovens a amar a própria família que é a sua paróquia e a «viver o amor entre diversos movimentos. Na paróquia é possível amar ao jeito de Jesus Cristo e vós jovens deveis ser capazes disso». O Arcebispo de Braga apontou ainda a necessidade de os jovens mostrarem que amam a Diocese e, lembrando que ontem começou a Semana de Oração pelas Vocações, sensibilizou-os no sentido de colocarem a possibilidade de uma «entrega totalitária», através do sacerdócio ou da vida religiosa. A eucaristia teve alguns momentos especialmente solenizados, nomeadamente o Ofertório, o abraço da Paz – D. Jorge Ortiga saudou pessoalmente os responsáveis de cada grupo, que levaram o gesto aos restantes elementos – e a Acção de Graças. No Dia Diocesano, o Arcebispo de Braga disse que «é simbólico » o Dia Diocesano da Juventude ser a primeira iniciativa a decorrer no auditório recentemente «a Igreja será jovem se os jovens forem Igreja». O prelado desafiou os participantes a preparar espectáculos e peças para apresentar no novo espaço do Centro Cultural e Pastoral. D. Jorge Ortiga pediu um «empenho mais consciente e responsável, para que a Igreja seja jovem e corresponda aos anseios da juventude» Formação O padre José Carlos Vilas Boas sublinhou a importância da formação de animadores para trabalhar com os jovens, porque «se não houver animadores, não há Pastoral Juvenil que resista». Actualmente está a decorrer um curso de formação, com 28 participantes, que estão no segundo de três patamares formativos. Os objectivos da acção, com cerca de 150 horas de duração, passam por formar animadores para a Pastoral Juvenil nas bases (grupos), paróquias, acriprestados ou Diocese. Os níveis 0 e 1 decorrem no mesmo ano. Jesus Cristo como «uma narrativa e uma proposta entre as muitas que os jovens têm», os Sacramentos e o ser Igreja são os conteúdos focados no nível 0, enquanto no nível 1 os participantes ouvem falar por exemplo no que é e não é a Pastoral Juvenil, em técnicas de análise, espiritualidade do animador e técnicas de animação. Cristologia e Doutrina Social da Igreja são assuntos a focar no nível 2. Deste modo, pretende-se «levar os jovens a ter um conhecimento mais abrangente da sua realidade como cristãos e agentes de pastoral». Falando sobre as dificuldades sentidas ao nível do trabalho com os jovens, o coordenador da Pastoral Juvenil na Diocese de Braga disse que os jovens são «demasiado volúveis». Há uma «ausência de compromisso, uma incapacidade para grandes compromissos», acrescentou.

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