Jovens: Carta de Francisco traz o «dever de não calar, nem baixar os braços»

Animadores de grupos de jovens reagem aos desafios deixados pelo Papa através da carta de preparação para o sínodo de 2018

Lisboa, 11 fev 2017 (Ecclesia) – A carta que Francisco dirigiu aos jovens é encarada como um “desafio a trazer para o quotidiano” e um dever de “não ficar calados, nem de baixar os braços”, afirmou a animadora Margarida Fonseca.  

A animadora do grupo de jovens de Queijas, no Patriarcado de Lisboa, contou à Agência ECCLESIA que, com esta carta, o Papa obriga os “jovens a pensarem que são essenciais na sociedade e na Igreja”.

“O tema pode ser dividido em vários pontos, e o Papa obriga-nos a pensar que somos essenciais, na sociedade e na Igreja; os jovens são testemunhos da fé e do amor que temos, depois somos desafiados a agir”, explicou Margarida Fonseca de 26 anos.

“Os jovens, a fé e o discernimento vocacional” é o tema do sínodo dos bispos em 2018 e em jeito de preparação o Papa Francisco dirigiu uma carta à juventude em que aponta que se tem de dar voz à juventude.

Perante esta afirmação a animadora do grupo de jovens de Queijas diz mesmo que “agora não devemos ter medo de falar, de expor o nosso pensamento, não podemos baixar os braços e ficar calados”.

Margarida Fonseca destaca ainda o papel da Igreja local, quer do patriarcado de Lisboa, quer do sector diocesano da juventude, em “toda a disponibilidade que têm para ouvir os jovens, para comunicar as suas alegrias e dificuldades”.

Por seu lado João Fonseca e Inês Almeida são animadores de um grupo de jovens pré-crisma, da paróquia de Santa Maria de Belém, no Patriarcado de Lisboa, e entendem que a proximidade que é trabalhada com os jovens deve chegar ao sínodo dos bispos, em 2018.

“Os jovens são a Igreja de amanhã, aqueles que vão construir famílias, criar e movimentar grupos, têm de ser ouvidos e deve ser uma faixa muito ouvida; por exemplo os bispos devem prestar mais atenção à juventude, às suas preocupações e realidades”, disse Inês Almeida à ECCLESIA.

Na carta o Papa desafia os jovens a lutarem por uma sociedade mais justa e fraterna e João Fonseca sente que “se quisermos fazer a diferença é estar no centro da questão e, enquanto católicos, há a constante necessidade de interagir com o mundo e construir um mundo melhor”.

“Um jovem católico não se deve fechar à sociedade, porque a Igreja é para a sociedade e por isso sinto que é importante que os jovens estejam atentos às mudanças económicas e políticas, para passar a ter ideias, tomando atitudes e assim provocar mudança positiva”, acrescentou Inês Almeida.

O casal de animadores disse ainda que os jovens estão preparados para ter voz na Igreja e avançam com uma ordem de trabalhos do sínodo.

“Gostava que o sínodo lançasse questões que nos pusessem inquietos, só assim nos pomos a mexer; é necessário uma provocação para nos fazer chegar à frente, pela nossa fé e por Cristo”, terminavam.

 

CB/PR/SN

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