O Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas (ACIME) sublinhou esta quinta feira o contributo inestimável que os jornalistas vão dando para o combate à discriminação racial, promovendo a diversidade cultural existente no nosso país. O olhar positivo da ACIME, em relação aos meios de comunicação social, foi apontado na entrega do Prémio «Jornalismo pela Tolerância», no decorrer do Seminário «Media e Imigração», realizado esta manhã em Lisboa. Uma sessão que, considerou Rui Marques, o Alto Comissário para a Imigração e Minorias Étnicas, ser de “celebração do que de muito bom se faz nos media, e de reflexão do que se faz de mau”. Na presença de jornalistas e representantes de comunidades imigrantes, foi analisado o papel dos profissionais da comunicação no tratamento de notícias, relacionadas directa ou indirectamente, com as minorias étnicas, frisando a “responsabilidade social do jornalista”. Nesta perspectiva, Rui Marques começou por dizer que, recusa-se a apontar culpas “aos jornalistas e à comunicação social, quando alguma coisa corre mal”, reconhecendo, no entanto que, muitas vezes “as empresas jornalísticas condicionam a reportagem e o jornalista, com a sua lógica comercial”. Para este responsável o «pseudo-arrastão» de Carcavelos é exemplo de “uma mentira que se torna verdade”, e um fenómeno com “um impacto mediático de efeito perverso”. Perante estas realidades fica o desafio deixado por Rui Marques, de “construção da consciência cívica”, e um apelo ao papel dos Provedores dos Leitores dos jornais, que “é fundamental e pedagógico”, salientou. Para além da responsabilidade social que o jornalista deve assumir, o Presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social, José Alberto Azeredo Lopes, acrescentou ainda a função do “jornalista como docente”, tendo em conta que, aquilo que diz “vai influenciar e amplifica-se”. Ainda neste âmbito do tratamento das notícias relacionadas com as comunidade imigrantes e minorias étnicas, Isabel Ferin, professora no Instituto de Estudos Jornalísticos da Universidade de Coimbra, apontou a necessidade de “percepcionar o outro com uma riqueza humana” e não apenas por uma questão de tolerância. Para esta docente a televisão é o grande desafio “nos conteúdos a tratar e na forma de tratar”, e a imagem – diz – “continua a ser discriminatória e incorrecta”. O Prémio “Jornalismo pela Tolerância”, nas diferentes categorias: Imprensa Escrita/em Linha, Rádio e Grande Prémio conta com 4ª edição, e foi entre a: Prémio Imprensa – “Os imigrantes pagam” de Ricardo Dias Felner (Público) Prémio Rádio – “O mundo na minha escola” de Cristina Santos (TSF) Grande Prémio – “Este é o meu bairro” de João Paulo Baltazar (TSF)