Presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social lamenta que a «agenda mediática» em Portugal esteja «cartelizada»
Fátima, Santarém, 27 set 2012 (Ecclesia) – O presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social sublinhou hoje em Fátima, que o jornalismo português está a ser vítima de uma “doença silenciosa”.
Durante uma intervenção subordinada ao tema ‘Silêncios e silenciamentos no atual contexto mediático’, integrada nas jornadas nacionais de comunicação social promovidas pela Igreja Católica, Carlos Magno realçou que a “agenda mediática portuguesa está cartelizada” e que existe “uma overdose de notícias”.
O debatecontou também com a presença de Orlando César, que dirige o Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas, e Manuel Vilas-Boas, jornalista da TSF.
Segundo o presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social, existe “um monolitismo económico nas televisões” e “os jornalistas estão a perder vocabulário”.
Manuel Vilas-Boas, por sua vez, afirmou aos cerca de 150 participantes que o “cenário atual” que se vive na comunicação social “não é confortável” e que a palavra silêncio “é o estigma das redações”.
Orlando César referiu que “a censura oficial e privada” que povoou “os tempos do salazarismo” continua como herança.
A imprensa deve “pautar-se pela imparcialidade” e a “deontologia separa o jornalismo do entretenimento”, frisou este responsável.
Perante a questão “quem nos vai acudir nestes dias de penúrias?” de Manuel Vilas-Boas, o presidente da Entidade Reguladora (ERC) para a Comunicação Social sublinhou que os tempos atuais estão “a precisar de uma manchete a dizer «silêncio»”.
A ERC tem de “defender os cidadãos dos abusos dos media”, acrescentou Carlos Magno, que concluiu: “É preciso restaurar a ordem editorial”.
Na sexta-feira, dia final dos trabalhos a decorrer no Seminário do Verbo Divino, em Fátima, a agenda inclui a conferência “Liberdade, responsabilidade, regulação” do antigo líder social-democrata, Luís Marques Mendes.
LFS