Os 75 anos do Jornal da Madeira, que ontem se assinalaram, foram focados por D. Teodoro de Faria na homilia da Eucaristia que celebrou na Catedral do Funchal, tendo recordado que “há 75 anos o Bispo diocesano de então, D. António Manuel Pereira Ribeiro, ao olhar para a sua Diocese e ao notar a necessidade que havia de um maior esclarecimento da Palavra de Deus e vendo que a imprensa era um dos púlpitos em que essa Palavra tinha muita força, fundou o Jornal Madeira. “Foi um intuito pastoral. Sabemos que os meios de comunicação são muito poderosos. Hoje são o quinto poder, mas talvez sejam o primeiro. A Igreja nem sempre teve facilidades para entrar neles porque eles são muito caros, embora com uma eficiência muito grande”, acrescentou. Disse, depois que “em Portugal houve um tempo em que a Igreja teve um jornal de expansão nacional denominado Novidades. Foi um órgão extraordinário na vida da Igreja portuguesa. Chegava a todas as dioceses com algumas dificuldades e tinha uma ideia central, que era defender a fé cristã, apresentando-a e levando a que todo o nosso país tivesse unidade na fé. Com o 25 de Abril de 1974 esse jornal desapareceu e depois não foi possível termos um instrumento tão forte como esse”. D. Teodoro de Faria sublinhou que entretanto surgiram em Portugal pequenos jornais de inspiração cristã “que são muito importantes”, mas no que se refere a um quotidiano com grande força a Igreja em Portugal apenas possui o Diário do Minho, que é único na Europa, o jornal A União (Açores) e o Jornal da Madeira, “que através dos tempos teve de passar por muitíssimas dificuldades, deixando de ser um órgão oficioso da Diocese para pertencer a uma sociedade”. O Bispo emérito do Funchal lembrou que o Jornal da Madeira ao longo destes 75 anos passou por muitos problemas e que agora se apresenta “com um futuro incerto e duvidoso”. Acentuou ainda que “a Igreja precisa também de estar presente na comunicação escrita, porque esta tem um poder muito grande e principalmente porque tem oposição fortíssima de outros meios de comunicação social que desejam ficar sozinhos a reinar e a dizer o que querem”. “A Igreja conseguiu introduzir-se de uma forma mais forte na Rádio, instrumento também poderoso, mas que talvez não é o mais decisivo no sentido do aprofundamento e da repetição daquilo que queremos transmitir e que se revela mais forte com os jornais”, indicou. (com Jornal da Madeira)