O Patriarca de Veneza, Cardeal Ângelo Scola, defendeu hoje em Amã, capital da Jordânia, que a Igreja Católica não pretende “colocar em risco a convivência social nos países de maioria muçulmana”, pedindo o respeito pela liberdade religiosa nessas nações. Este responsável falava na abertura dos trabalhos da comissão científica do Centro Internacional de estudos e pesquisas Oásis, do qual é fundador, particularmente dedicado ao diálogo entre cristãos e muçulmanos. O Patriarca Scola frisou que “o respeito para com a identidade comunitária não pode levar à violação da liberdade humana do indivíduo”. “A doutrina católica não pensa na liberdade religiosa como a possibilidade de escolha num supermercado imaginário das religiões, mas insiste nela como uma consequência do dever absoluto que cada um tem de aderir à verdade”, prosseguiu. O Bispo tunisino D. Maroun Lahham, por seu lado, destacou os avanços feitos no diálogo com os muçulmanos, mas observou que é preciso falar também “daquilo que nos separa”. O prelado sublinhou que começa a nascer em alguns meios islâmicos a convicção de que um crente possa mudar de religião desde que tal não seja “por motivos de ordem material, política ou étnica”.