Capelão da Academia do Sporting, em Alcochete fala da sua experiência como responsável espiritual do futebol leonino
O Pe. Carlos Alberto Sousa conhece bem o Sporting Clube de Portugal, com quem colabora desde há 11 anos, em especial na área da formação. “Entrei em 1999, pela mão do Dr. Roquette, presidente da altura, no ano em que o Sporting quebrou o jejum de títulos”, recordou o sacerdote, abrindo o livro das recordações.
Amante do desporto-rei, que praticou na rua com os seus amigos de juventude, o Pe. Carlos Sousa não recuou perante a tarefa de tentar levar Cristo ao coração daqueles jovens, apesar das dificuldades.
“Lembro-me de ter ficado muito impressionado com o horário já muito preenchido que aqueles miúdos tinham, desde horário escolar completo, treinos diários, jogos ao fim de semana, também períodos de lazer. Sobrava pouco tempo para falar de Deus”, afirmou o capelão à ECCLESIA.
Dos jogadores que lhe passaram pelas mãos, fala de Cristiano Ronaldo, de como “não expressava muito a sua fé, nem se chegava aos seus grupos de reflexão, apesar de ser católico”.
Neste caso, ressalva, “é preciso dizer que ele já trabalhava com os seniores, apesar de ter idade júnior e que saiu muito cedo do Sporting”.
[[v,d,1286,Entrevista ao Pe. Carlos Alberto Sousa]]Relembra também Miguel Garcia, a quem celebrou o matrimónio, e Rui Patrício, a quem administrou o sacramento do crisma.
Na altura da visita de Bento XVI, uma comitiva com cerca de 20 jogadores do Sporting foi à celebração eucarística do Santo Padre, no Terreiro do Paço. Serão estes exemplos de como é possível futebol e religião caminharem lado e não apenas no campo da superstição?
O Pe. Carlos Sousa vai mais longe, ao afirmar que “não podemos separar a fé da vida e quando se acredita, quer se seja futebolista ou outra coisa, devemos manifestá-lo no dia-a-dia. No caso dos jogadores, são exemplos para muita juventude e eu rezo para que eles consigam fazer o melhor pela humanidade”.
Quanto ao que se passa dentro das quatro linhas, o sacerdote reza sempre “para que os jogadores não se lesionem, para que não haja casos e que a equipa ganhe, pois claro”.
No que respeita à selecção, espera que faça um grande mundial e que seja campeã, brincando um pouco com o facto de “gostar que estivessem mais jogadores leoninos na equipa”.
Desde que tomou em mãos o projecto do Movimento de Schoenstatt, nas dioceses de Aveiro e Coimbra, que o Pe. Carlos Sousa só consegue ir à Academia de Alcochete duas vezes por mês. Algo que não faz diminuir a intensidade da sua missão junto das jovens promessas leoninas.