JOC quer combater endividamento

«Educação financeira é o primeiro passo para criar jovens responsáveis»

A Juventude Operária Católica (JOC) está a desenvovler, desde 2008, acções de esclarecimento sobre o endividamento, a educação financeira e o apelo ao consumo responsável. Um tema especialmente dirigido aos jovens que lutam contra o emprego precário, os ordenados baixos ou mesmo o desemprego, mas que não deixa ninguém indiferente.

Depois de um ano em campanha para a educação financeira, Alexandre Fernandes, Presidente da JOC, faz o balanço à Agência ECCLESIA das sensibilidades que encontram no país real, urbano ou rural, que enfrenta dificuldades e procura meios para fazer face às necessidades presentes.

O Presidente da JOC avalia positivamente a campanha «Endividar! Onde nos pode levar?», considerando que a acção da Juventude Operária é mais “incisiva nos meios rurais e nos bairros desfavorecidos”.

Na área metropolitana de Lisboa a sua acção centra-se em bairros sociais da periferia, mas Alexandre Fernandes não esconde que actuam “essencialmente, em meios pequenos, simples e operários” porque é aí, indica, que se encontram “as pessoas mais necessitadas”.

Os problemas financeiros e de endividamento excessivo são transversais ao contexto social, seja rural ou urbano. A JOC reconhece, no entanto, que os locais mais pequenos favorecem as relações, o conhecimento próximo das dificuldades e proporcionam maior entre-ajuda.

Alexandre Fernandes explica que a própria organização e velocidade social obriga ao consumo e cria necessidade nunca antes sentidas. Aos jovens alertava para procurarem “todas as informações necessárias antes de contraírem um empréstimo bancário, seja sobre taxas ou comissões em créditos pessoais ou para a habitação”.

“A publicidade é muitas vezes enganosa”, alerta o responsável.

“A sociedade, com a publicidade agressiva, obriga-nos quase à dependência bancária”, constata o Presidente da JOC que pede “ponderação”.

Divididos em grupos locais de trabalho, a juventude operária aposta em chegar juntos dos jovens, conhecer a sua realidade e, “alcançando os jovens, conhecemos também as suas famílias, amigos mais ou menos jovens”. Na rua onde os jovens passeavam vestidos de cartão de crédito e a distribuir panfletos que apelavam ao esclarecimento, a organização de tertúlias, ou as reuniões dos vários grupos, a JOC tomou pulso das dificuldades financeiras, dos empregos que não são estáveis e dos ordenados que não são fixos.

Junto da juventude a aposta é a educação financeira. “Este é o primeiro passo para criar jovens responsáveis”.

A JOC constata que o jovens não são habituados a planear e futuro e parte dos seus problemas, agravados por situações sociais, advém do não planeamento. “Ajudar a reflectir sobre o que é uma necessidade, o que é supérfluo ou essencial, precisamente para que o seu futuro não fique comprometido” foi a aposta da juventude católica.

O Presidente da JOC alerta para a necessidade de encarar a vida a longo prazo. “Não devemos olhar apenas para o dia de hoje mas perceber a capacidade de controlarmos o nosso futuro. Os créditos, só por isso, não são maus, desde que sejam controlados”.

Alexandre Fernandes afirma que a crise veio ajudar a fazer escolhas e a perceber o essencial e o acessório.

No dia 4 de Outubro, a JOC vai reunir-se em Aveiro para um encontro nacional onde os vários grupos de todas as dioceses vão poder mostrar o trabalho que têm vindo a fazer no âmbito da campanha. O endividamento vai conduzir o encontro que da parte da manhã vai contar com ateliers e jogos diversos sobre esta questão.

Da parte da tarde, a juventude católica vai encabeçar uma marcha nas ruas da cidade. O dia termina com palavras finais e o balanço da campanha.

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Agência ECCLESIA

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