JOC alerta para precariedade

Movimento diz que legislação laboral em Portugal compromete futuro das novas gerações

Lisboa, 01 mai 2012 (Ecclesia) – A Juventude Operária Católica (JOC) lamenta, no Dia do Trabalhador, o agravamento da precariedade e do desemprego em Portugal, alertando para as repercussões das propostas de alteração à legislação laboral.

Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, por ocasião da comemoração do 1º de maio, o movimento refere que “esta situação coloca em causa os direitos e a dignidade de muitos trabalhadores”.

“Que futuro pode ter um país em que os seus jovens são deixados no desemprego e sem perspetivas?”, assinala o comunicado da JOC, no qual se sublinha que “os números do desemprego divulgados são cada vez mais assustadores”.

Os responsáveis pelo movimento consideram que as mudanças laborais em curso “facilitam os despedimentos por justa causa, promovem a flexibilização dos horários laborais, retiram tempo de descanso aos trabalhadores”.

“Talvez, o mais grave desta crise generalizada seja o facto de as pessoas estarem descrentes e frustradas, terem perdido a esperança e a garra de dar um passo em frente e idealizar o seu futuro, não cedendo os seus direitos ou alugando o seu poder de decisão”, pode ler-se.

A JOC destaca que os jovens vivem “cada vez mais tempo debaixo da alçada da família” e que “as bolsas escolares são cada vez mais reduzidas e atribuídas a um menor número de alunos”.

“Estudamos e aumentamos os nossos conhecimentos académicos e técnicos mas não encontramos mercado de trabalho capaz de absorver tantos profissionais”, observa a mensagem para o 1.º de maio de 2012.

O documento evoca Joseph Cardijn, fundador da JOC, para frisar que os jovens não se podem “resignar face às dificuldades” mas fazer uso do seu potencial.

“Urge a necessidade de estarmos cada vez mais informados, conscientes de que temos de cumprir com os nossos deveres para termos a legitimidade de reivindicar aquilo que é nosso por direito”, acrescenta o texto.

A JOC vai assinar o Dia do Trabalhador com encontros nas cidades de Lisboa e Aveiro, uma atividade que decorrer no âmbito da campanha europeia ‘Dignity’ (dignidade), iniciada em 2010.

O movimento católico juvenil surgiu na Bélgica, em 1925, por iniciativa do padre Joseph Cardijn, e chegou a Portugal 10 anos depois, assumido como missão “a libertação dos jovens trabalhadores”.

OC

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