D. Jorge Ortiga respondeu aos cibernautas em Guimarães O Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, defende que o Papa João Paulo II deve continuar a exercer as suas funções enquanto responsável máximo da Igreja Católica. O prelado bracarense considera mesmo que a privação da comunicação verbal, «num tempo em que tudo é pautado pela eficiência», constitui um «testemunho eloquente». Independentemente disso, o Sumo Pontífice continua a poder «pensar e dirigir», advoga D. Jorge. O Arcebispo Primaz proferiu aquelas declarações no decurso da rubrica “Vip’s on-line”, regularmente promovida pelo Cybercentro de Guimarães, que anteontem à noite foi dedicada ao período pascal. D. Jorge Ortiga foi o convidado da iniciativa e, questionado pelos cybernautas, não se furtou a nenhuma questão, mesmo às mais delicadas, entre as quais constaram o uso do preservativo, o celibato e/ou casamento dos padres e o aborto. Concretamente, o Arcebispo de Braga foi questionado e respondeu da seguinte forma: «Qual a sua opinião acerca da religião católica ser contra o uso do preservativo, apesar das inúmeras doenças que se podem contrair, se este não for usado? O fundamental é uma educação justa para a sexualidade. Não é com um mal que se resolvem outros males»; A Igreja tem sido um dos principais opositores em questões do aborto. Qual é a sua opinião? A Igreja sempre defendeu a vida, porque é o primeiro direito de todo o ser humano; Qual a sua opinião acerca do casamento dos padres? O casamento dos sacerdotes já existiu na história da Igreja. Hoje, reconhece-se que há maior vantagem no testemunho de vida idêntica a Cristo para melhor servir os homens; Não acha que a vida religiosa seria mais apelativa aos jovens, se a Igreja deixasse os padres constituírem uma família? Creio que não, o importante é que os jovens se apaixonem por Cristo e que não tenham medo de o seguirem». Confrontado com uma verdadeira bateria de questões ao longo de algumas horas, D. Jorge Ortiga acabou por satisfazer também diversas curiosidades dos cibernautas, desde o percurso clerical até ao papel da Igreja nos dias de hoje, pergunta à qual o Arcebispo de Braga respondeu com a convicta missão de serviço, sobretudo em favor dos mais necessitados. «O papel da Igreja é activo, mas tem de ser cada vez mais. Deve tornar-se fermento de uma sociedade mais justa através do anúncio duma Mensagem de Cristo e de um compromisso com os mais pobres e necessitados», concretizou o responsável máximo da diocese bracarense. Porém, face ao actual momento pascal — a data mais importante no calendário católico — e à praticamente certa impossibilidade de João Paulo II presidir às cerimonias religiosas em Roma, o estado de saúde do Santo Padre e a sua eventual renúncia centraram as atenções. Depois de defender que o Papa «pode exercer a sua função de muitas e variadas maneiras», D. Jorge vincou que, «num tempo em que tudo é pautado pela eficiência, o seu testemunho é eloquente. Sem dúvida nenhuma que o Papa, com a sua vida de doação e entrega, na doutrina e no testemunho, tem sido um exemplo que muitos deveriam seguir. Em primeiro lugar os cristãos, mas também todo e qualquer ser humano poderá e deverá seguir o seu exemplo», afirmou. E porque o tempo é de Páscoa, o Arcebispo Primaz teve ainda oportunidade de formular um desejo, em forma de pedido. «A minha mensagem para esta Páscoa é um pedido a todos, e particularmente aos jovens, para que deixem entrar Cristo na sua vida, de tal maneira que sejam felizes e o manifestem aos outros. A Páscoa não é um dia, deveria ser uma vida inteira», concluiu D. Jorge Ortiga.
