Homenagem à Imaculada Conceição João Paulo II invocou ontem o “precioso dom da paz”, rezando pelas vítimas das guerras e da violência, na habitual homenagem à Imaculada Conceição na Praça de Espanha, Roma. «Alcança para os homens e as mulheres do terceiro milénio o dom precioso da paz – implorou o Papa a Maria -: paz nos corações e nas famílias, nas comunidades e entre os povos; paz sobretudo para aquelas nações onde, em cada dia, se continua a combater e a morrer”. Apesar de apresentar voz fraca e ter feito várias pausas, o Papa leu por completo a sua oração, na qual tinha deixado espaço para reflexões mais pessoais. «Vim aqui, esta noite, para render-te a homenagem da minha devoção sincera. É um gesto ao qual se unem, nesta praça, inúmeros romanos, cujo afecto me acompanhou sempre em todos os anos de meu serviço à Sede de Pedro», reconheceu. João Paulo II falou de tempos “marcados por muitas incertezas e temores» numa oração dirigida à «Rainha da paz”. «Escuta o grito de dor das vítimas das guerras e de tantas formas de violência que sangram a Terra. Dissipa as trevas da tristeza e da solidão, do ódio e da vingança. Abre a mente e o coração de todos à confiança e ao perdão!», rezou o Papa. “Faz com que todos os seres humanos, de todas as raças e culturas, se encontrem com Jesus e o acolham, Ele que veio à Terra no mistério do Natal para dar-nos a «sua» paz. Maria, Rainha da paz, dai-nos a Cristo, autêntica paz do mundo”, acrescentou. Já na manhã de dia 8, antes da oração do Angelus, o Papa tinha dito aos peregrinos reunidos na Praça de São Pedro que “Maria é a aurora de esplendorosa beleza”, noutra clara declaração da sua devoção mariana. Explicando o Dogma que ontem era celebrado – proclamado em 8 de Dezembro de 1854 por Pio IX – João Paulo II afirmou que “a fé nos revela que a Imaculada Conceição da Virgem é objecto de salvação para toda criatura humana, peregrina na terra. A fé recorda, também, que em virtude de sua condição totalmente singular, Maria é o nosso apoio inquebrantável na dura luta contra o pecado e as suas consequências”.