Vice – Postulador da Causa da Canonização dos Pastorinhos, Pe. Luis Kondor, fala à Agência ECCLESIA dos últimos desenvolvimentos do processo e do sonho de ver Bento XVI em Fátima Agência ECCLESIA (AE) – Nos últimos dias do ano, esteve em Roma para entregar os últimos relatórios pedidos para a canonização dos pastorinhos de Fátima. O anúncio da data da canonização estará para breve? Pe. Luis Kondor (LK) – Já foram entregues os relatórios. Agora temos de esperar que Deus nos ajude… esperamos que seja em breve. AE – As suas previsões apontam para que data? LK – Podemos contar com surpresas. Fizemos tudo e foi aceite. AE – João Paulo II foi um devoto de Fátima. Bento XVI percorre o mesmo caminho? LK – Espero que ele colabore e faça o que nós sonhamos. AE – Que sonho é esse? LK – Sonho que isto vai avançar… «Não deve tardar muito» AE – Um sonho concretizável… Para quando a «grande novidade»? LK – Isso não sei, mas não deve tardar muito. AE – Há uns tempos atrás falou-se que a canonização talvez fosse na inauguração (13 de Maio de 2007) da Igreja da Santíssima Trindade. Pelo andar da carruagem talvez seja antes? LK – O dia 13 de Maio de 2007 ainda é muito longe. Espero que se resolva antes… AE – E integrar a canonização no início do programa do 90º aniversário das aparições? LK –Para essa data falta muito pouco… (sorrisos) mas deverá ser antes do 90º aniversário (Maio de 2007) AE –Em Fátima, os trabalhos de pesquisa para a canonização já terminaram? LK – Só falta o resultado dos médicos responsáveis que trabalham no Vaticano. Vão analisar e depois preparam o congresso para a votação. Nós esperamos que esta cura seja reconhecida como milagre. AE – Depois de reconhecida temos o anúncio. Já tem uma previsão? LK – (Gargalhada). Ainda não sou visionário. AE – Mas é o vice-postulador? LK – Suponho que é rápido, porque está nas mãos certas. AE – Se está nas mãos certas podemos apontar para 2006? LK – Acho que sim. O rapazito já foi curado há 5 anos e meio. Os médicos que estudaram este assunto dizem que não há explicação para a cura. Trata-se de uma criança dos portugueses que ganham o seu pão de cada dia no estrangeiro. 25º Aniversário do atentado a João Paulo II AE – Uma cura que aconteceu nas cerimónias da beatificação a 13 de Maio de 2000. E se a canonização fosse a 13 de Maio de 2006? LK – Esta data é muito importante. Se Deus quiser… Celebra-se o 25º aniversário do atentado de João Paulo II. Já convidámos o Arcebispo de Cracóvia para presidir às celebrações de 13 de Maio de 2006. AE –Será possível a vinda do arcebispo de Cracóvia e de Bento XVI a 13 de Maio de 2006? LK – Podem vir os dois. Nas celebrações do cinquentenário das aparições veio um cardeal e veio também Paulo VI. AE – Muitas coincidências? LK – Seria uma alegria muito grande para todos aqueles que olham para Fátima. No primeiro aniversário do atentado veio João Paulo II, no décimo veio também ele e quem sabe se no 25º não vem o sucessor? AE – Nota-se uma linha condutora… LK – Muitas coisas coincidem. O próprio Cardeal Ratzinger – que teve nas mãos o documento do segredo durante muitos anos – mandou João Paulo II ler esse documento. Isto é muito interessante, foi João Paulo II quem entendeu o segredo de Fátima. Falei várias vezes com o Cardeal König que me contou que João XXIII falou-lhe na carta que tinha nas mãos e que não sabia o que fazer com aquela carta, porque não a entendia. Paulo VI também abriu a carta antes de vir a Fátima e fez o mesmo. Quem entendeu a carta foi João Paulo II, na cama do Hospital Gemelli, quando o levaram depois do atentado. E disse: isto refere-se a mim. Uma vez perguntei à irmã Lúcia – estava com o cardeal Bertoni – o que tinha pensado quando chegou a notícia do atentado de 13 de Maio de 1981? A irmã Lúcia ficou muito concentrada e inclinou a cabeça. A Irmã Lúcia entendeu que a visão de 13 de Julho de 1917 se realizou a 13 de Maio de 1981. AE – João Paulo II disse na altura que foi uma mão materna que o salvou. LK – Que dirigiu a bala noutra direcção. O grande presente dele foi a bala que se encontra na sua coroa. Dia seguinte à morte da Irmã Lúcia AE – A irmã Lúcia também é figura central neste processo. Para quando a abertura do processo de beatificação e canonização da carmelita? LK – A lei canónica diz só se abre o processo depois de 5 anos. Depois de morrer, a 13 de Fevereiro, recebi, no dia seguinte, uma chamada do secretário de João Paulo II a dizer-me para abrir o processo de canonização da Irmã Lúcia. AE – Logo no dia seguinte? LK – Quando recebi a chamada – estava comigo um sacerdote polaco – o secretário disse-me que era o desejo do Santo padre. No início de Março fui visitar João Paulo II e o secretário e, durante bastante tempo, falámos sobre a beatificação da Irmã Lúcia. AE – Se João Paulo II não tivesse falecido o processo de beatificação da Irmã Lúcia já estava aberto? LK – Certamente. Era a vontade de João Paulo II. A importância dos trezes de Maio AE – Já colocou esta hipótese: a vinda do arcebispo de Cracóvia – terra natal de João Paulo II – e Bento XVI na canonização dos pastorinhos? LK – A nossa previsão é um sonho e um desejo. Já falei com o antigo secretário de Bento XVI – somos muitos amigos – e disse-lhe isto: «quando encontrar o Santo Padre diga-lhe», e certamente ele falou-lhe. AE – A data de 13 de Maio é mesmo especial? LK – É verdade. A declaração das virtudes heróicas dos pastorinhos foi a 13 de Maio de 1989. A beatificação foi a 13 de Maio de 2000. Os trezes de Maio têm muita importância.