João Paulo II pede misericórdia a Fidel

João Paulo II pede misericórdia a Fidel João Paulo II escreveu ao presidente cubano, Fidel Castro, para lhe manifestar “profundo pesar” pelas recentes execuções e pedir-lhe “um gesto de clemência significativo” para com os dissidentes condenados a longas penas de prisão, anunciou o Vaticano. “Assim que soube das pesadas penas infligidas a um grupo significativo de dissidentes cubanos, entre os quais três que foram condenados à morte, o Papa pediu ao Secretário de Estado, Cardeal Angelo Sodano, que manifestasse ao presidente do Conselho de Estado e do governo da República de Cuba o seu profundo pesar por sentenças tão severas”, lê-se num comunicado do Vaticano divulgado no passado dia 26 de Abril. O comunicado acrescenta que o Papa expressou a sua “profunda dor” pelas execuções e “profundo pesar” pelas outras sentenças, “pedindo a Fidel Castro um gesto significativo de clemência para com esses condenados”. “Estou seguro de que concorda com a opção pelo diálogo sincero e construtivo entre os cidadãos e as autoridades, como forma de assegurar a promoção de um Estado democrático e moderno numa Cuba cada vez mais unida e fraterna”, pode ler-se na mensagem de João Paulo II. A publicação desta carta é entendida como uma resposta às críticas de excesso de afabilidade para com o regime cubano da parte do Vaticano, surgidas mesmo dentro da Igreja em Cuba. A carta foi tornada pública horas depois de, pela primeira vez desde as execuções, Castro ter quebrado o silêncio, afirmando que as condenações de dezenas de dissidentes e as execuções foram ‘consequência’ de uma ‘conspiração’ urdida pelo governo dos EUA.

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