João Paulo II, o Papa de Fátima

Revelações num novo livro O jornalista italiano Renzo Allegri acaba de publicar o livro “O Papa de Fátima”, editado pela Mondadori. A obra é fruto da pesquisa feita pelo autor, revelando que a vida e o pontificado de Karol Wojtyla parecem inscritos num “desígnio divino” que faz de João Paulo II esse “bispo vestido de branco” do qual se fala na terceira parte do segredo de Fátima. Fátima e o atentado tornaram-se episódios centrais para compreender a vida do Papa Karol Wojtyla, e especialmente a devoção a Maria e o papel de João Paulo II como figura decisiva na queda dos regimes comunistas. Renzo Allegri reconstrói a aventura humana de Karol Wojtyla e enumera os sinais da predestinação desde a sua infância. O autor apresenta uma relação entre acontecimentos históricos e desígnios sobrenaturais. Um dos momentos centrais do livro é a consagração da Rússia ao Coração Imaculado de Maria, realizada por João Paulo II em 1984, pedida por Maria em 1929. O texto põe em relação este facto com queda dos regimes comunistas. O livro narra que João Paulo II, após dar-se conta que era o Papa do qual se fala na mensagem de Fátima, empenhou-se em visitar todos os santuários marianos e em renovar sempre o rito da consagração da Rússia ao Coração Imaculado de Maria. No seu livro, Allegri dedica todo um capítulo às pessoas que, mediante a intercessão de João Paulo II, se curaram de maneira imediata e extraordinária de doenças mortais ou receberam algum tipo de graças. Redacção/Zenit Peregrino de Fátima Entre os portugueses João Paulo II vai ficar na história como o “Papa de Fátima”, Santuário que visitou por três ocasiões. A ideia pode parecer excessiva, mas há bons motivos para este título: a intercessão de Nossa Senhora de Fátima na recuperação de um atentado e a beatificação dos Pastorinhos são momentos notáveis dos mais de 26 anos de Pontificado onde João Paulo II manifestou, por diversas vezes, a sua fé e devoção mariana. Simbolicamente, a bala que lhe atravessou o abdómen no dia 13 de Maio de 1981repousa hoje na imagem da Virgem na Cova da Iria. A mesma imagem que, em 2000, o Papa colocou entre os bispos de todo o mundo, consagrando-lhe o terceiro milénio. A anterior consagração da Rússia ao coração Imaculado de Maria, gesto repleto de simbolismo religioso e político, liga-se umbilicalmente a toda a mensagem de Fátima. Em Maio de 1982, no aniversário desse primeiro atentado contra a sua vida, Karol Wojtyla chegava a Fátima para “agradecer à Divina Providência neste lugar que a mãe de Deus parece ter escolhido de modo tão particular”. Ignorava então que voltaria a correr perigo na noite de dia 13, desta vez pelo ex-sacerdote integrista Juan Khron, mas João Paulo II escapou ileso, podendo agradecer à Virgem a salvação da sua vida. Voltaria nove anos depois. A 10 Maio de 1991, João Paulo II celebrou missa no Estádio do Restelo. Viajaria depois para os Açores e Madeira e, inevitavelmente, terminaria o itinerário no Santuário de Fátima. Em Maio de 2000, regressou para oficializar a beatificação dos Pastorinhos. Uma decisão assumida contra os serviços burocráticos do Vaticano, que chegaram a agendar a cerimónia para 9 de Abril na Praça de São Pedro. A revelação da ligação do atentado de 1981 à terceira parte do segredo de Fátima (uma mensagem anunciada por Nossa Senhora aos Pastorinhos em Julho de 1917 e escrita por Lúcia na década de 40) justifica, em boa parte, a razão desta cumplicidade entre o Papa e o Santuário. João Paulo II sempre se mostrou seguro de que “uma mão maternal” guiou a trajectória da bala naquela tarde de Maio de 1981. Quando a Irmã Lúcia faleceu, a 13 de Fevereiro de 2005, o Papa polaco mostrou-se muito emocionado ao lembrar “os encontros que tive com ela e os laços de amizade espiritual que se reforçaram com o passar dos anos”. Octávio Carmo

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