D. Carlos Azevedo presidiu à celebração ao ar livre e recordou o pensamento social do novo beato
Lisboa, 01 mai 2011 (Ecclesia) – D. Carlos Azevedo considerou hoje, na homilia da celebração que assinalou em Cascais a beatificação do Papa João Paulo II, que é fundamental acolher o pensamento social de Karol Wojtyla “na hora difícil” que Portugal atravessa.
“Na hora difícil que atravessamos, no dia do trabalhador, é fundamental inspirarmo-nos seja na comunidade cristã primitiva para alterar o estilo de desenvolvimento em voga, seja nas recomendações da Doutrina Social da Igreja, para a qual o beato João Paulo II deu notável contributo”, afirmou o bispo auxiliar de Lisboa.
Numa missa ao ar livre, que reuniu a comunidade de Cascais junto à estátua do Papa polaco, no largo da igreja paroquial, D. Carlos Azevedo recordou João Paulo II como um defensor, em qualquer circunstância, da dignidade humana.
“Acolher João Paulo II é colocar a dignidade do ser humano com um fim, nunca como um meio, é defender a prevalência das pessoas sobre os meios de produção, do trabalho sobre o capital, da ética sobre a técnica”, referiu.
Na homilia da missa, o também presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social evocou um pontificado que se “avizinhou de todos”, chegou às “pessoas de todo o mundo”, “foi ao encontro de todos e foi atingido, foi ferido”.
“O encanto crescente do mundo por João Paulo II vem da inteireza do seu ser pastor, que pensa, reza, está atento aos problemas, joga na beleza, é fiel à tradição, abre-se ao contemporâneo, une razão e fé, compreende o ser humano como via da Igreja na comunhão com Deus”, disse o bispo auxiliar de Lisboa.
“A beatificação de João Paulo II provoca-nos para a fé, para o primado de Deus, para Cristo Redentor como plenitude humana, para a unidade da Igreja, para a relação entre Oriente e Ocidente, para o diálogo inter-religioso, para a renovação da consciência moral pelo Espírito Santo”, acrescentou D. Carlos Azevedo.
A celebração campal, que celebrou a beatificação do Papa João Paulo II no mesmo dia em que aconteceu no Vaticano, iniciou com a oração do terço pelas 17:00, animado pelo grupo de jovens que integrou o musical ‘Wojtyla’, projeto criado na paróquia de Cascais que em fevereiro foi apresentado nos teatros Tivoli e Sá da Bandeira, salas emblemáticas de Lisboa e Porto.
Em declarações à Agência ECCLESIA, o pároco de Cascais, Nuno Coelho, referiu que esta é uma “celebração de fé” para afirmar a alegria de “ter um beato com quem se conviveu, com quem se ouviu a palavra, com quem se aprendeu a amar”.
“A missa podia ser num local muito mais adequado, mas quisemos que a estátua fizesse parte da celebração”, salienta o pároco, que realça a mensagem de “beleza” e “proximidade” transmitida pela imagem, que constitui um “lugar sagrado no meio do jardim, tocado por toda a gente”, incluindo “pessoas que não entram na igreja.”
O altar – o mesmo onde o Papa Bento XVI presidiu à missa no Terreiro do Paço, em maio de 2010 – foi colocado junto à igreja matriz, situada na praça João Paulo II, e junto a uma estátua do Papa polaco, inaugurada em 2010, ano em que se assinalou o 90.º aniversário do nascimento de Karol Wojtyla.
PR