Mensagem dirigida à OSCE João Paulo II insurgiu-se hoje contra qualquer tipo de restrição à liberdade religiosa, mesmo as legislações que querem limitar a religião “à esfera do privado”. As palavras do Papa foram proferidas numa audiência aos participantes da Assembleia Parlamentar da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), durante a manhã de hoje no Vaticano. “É um prejuízo para a sociedade relegar a religião à esfera do privado, além de que a sociedade e as instituições civis ficam empobrecidas quando a legislação promove a indiferença religiosa, violando a liberdade religiosa”, justificou. O Papa recordou que a herança religiosa na sociedade está presente mesmo quando os europeus dela não se apercebem, “influenciando vastos grupos de cidadãos”. A promoção da liberdade religiosa, sublinhou, “pode desenvolver-se através do apoio dado às diferentes disciplinas jurídicas das diversas religiões, para fazer de modo que a identidade e a liberdade de todos seja respeitada”. Numa mensagem clara aos defensores da laicidade em todos os sectores da sociedade, João Paulo II assegurou que “quando os Estados têm uma expressão disciplinada e equilibrada da sua natureza secular, o diálogo entre os diversos sectores da sociedade é estimulado, e a cooperação entre a sociedade civil e religiosa é promovida em benefício do bem comum”.