Encontro de Natal com a Cúria Romana João Paulo II escolheu hoje os avanços no caminho ecuménico como um dos pontos altos do seu trabalho ao longo do ano de 2004. O Papa regozijou-se pelo facto de “o esforço ecuménico se estar a intensificar em diversos níveis, graças a contactos constantes, encontros e iniciativas” com os cristãos de diferentes Igrejas e Comunidades ortodoxas e protestantes. No discurso que preparou para o Encontro de Natal com a Cúria Romana, em parte lido pelo substituto do Secretário de Estado, D. Leonardo Sandri, o Papa deu realce à devolução do ícone da Virgem de Kazan à Igreja Ortodoxa da Rússia (a 28 de Agosto passado), esperando que este gesto “possa contribuir para acelerar a reunificação de todos os cristãos”. Segundo João Paulo II, as relações com o Patriarcado de Moscovo melhoraram por causa deste gesto e de outros que se lhe seguiram (como as visitas do Cardeal Paul Poupard, responsável da Santa Sé para a área da cultura, ao território da Igreja Ortodoxa russa). “É urgente reconstruir a plena comunhão dos cristãos”, disse o Papa, assinalando que “devemos continuar a percorrer, sem hesitações, o caminho da unidade, intensificando o esforço ecuménico”. Este desejo de unidade deve, depois, estender-se a toda a humanidade, uma aspiração que João Paulo II diz ter visto “nos peregrinos de Berna, na Suíça, e da Acção Católica, no Loreto (Itália)”. A saudação do Papa não esqueceu outro dos temas em destaque ao longo do ano: as raízes cristãs da Europa, endereçando um convite a todos os católicos europeus para “permanecerem fiéis a Cristo”, a partir dessas mesmas raízes. “Delas depende não pouca parte do futuro justo e solidário do Continente e do mundo inteiro”, apontou. Aos católicos foi ainda dito que “é grande a sua responsabilidade, especialmente nos confrontos com as novas gerações, às quais é transmitido inalterado o património cristão”. Ajuda é cada vez mais necessária Em relação aos cardeais e demais membros da Cúria Romana, reunidos para as trocas de votos natalícios, o Papa deixou o seu “muito obrigado” a todos os colaboradores. “O passar dos anos faz sentir de forma cada vez mais viva a necessidade da ajuda de Deus e dos homens. Obrigado pela constante sintonia com que trabalhais comigo ao serviço da Igreja universal”, disse. João Paulo II deixou ainda uma palavra de especial gratidão ao decano do Colégio Cardinalício, Cardeal Joseph Ratzinger. Este, por seu turno, ofereceu os votos natalícios da Cúria e sublinhou “a paciência, generosidade e coragem” com as quais o Papa suporta as suas provações, que comparou “aos sofrimentos de Cristo”.
