Mensagem da Secretaria de Estado do Vaticano ao I Congresso Nacional da Escola Católica João Paulo II fez chegar ao I Congresso Nacional da Escola Católica, a decorrer em Fátima, uma mensagem onde sustenta o desejo de um estatuto de igualdade da mesma com os estabelecimentos de ensino públicos. “O Sumo Pontífice associa-se ao pedido da Igreja em Portugal para que se assuma finalmente uma verdadeira paridade entre escola estatal e não-estatal, nomeadamente a Católica, que seja igualmente respeitadora do seu projecto educativo”, pode ler-se no texto enviado pelo Cardeal Angelo Sodano, Secretário de Estado do Papa. No documento pede-se às “autoridades competentes” um reconhecimento efectivo da Escola Católica que lhes garanta o direito de viver “com dignidade igual à da escola estatal”. “Na realidade ela proporciona um serviço de interesse público apreciado e procurado por inúmeras famílias”, afirma o Cardeal Sodano, o qual lembra ainda que “das escolas católicas, devidamente apetrechadas, provém para a sociedade civil um contributo incalculável de cultura e valores morais e espirituais”. A questão em debate não é religiosa nem confessional, assegura o Vaticano, mas “é uma questão de liberdade que diz direito a todos os cidadãos, independentemente do próprio Credo”. “As famílias têm o direito de assegurar aos próprios filhos uma educação fundada sobre os valores perenes do Evangelho e de oferecer à sociedade centros educativos que conjugam a qualidade da educação com um sério trabalho educativo”, refere a mensagem enviada em nome do Papa. O texto, lido na sessão de abertura pelo Núncio Apostólico em Portugal, arcebispo Alfio Rapisarda, contesta a generalizada redução da educação a “aspectos técnicos e funcionais” e o “ofuscamento dos valores”. “A educação pressupõe e envolve sempre uma determinada concepção do homem e da vida e que a uma suposta neutralidade escolar corresponde apenas a remoção da referência religiosa”, lê-se. A inicitiva da Associação Portuguesa de Escolas Católicas (APEC) é considerada pelo Vaticano como uma oportunidade para “unir esforços e vontades em prol da escola católica, que sente hoje acrescidos aos desafios da sua propostas uma sociedade que ignora a fé cristã como ponto de referência na interpretação efectiva e convicta da existência”. O Papa agradece à APEC “a preciosa obra no difícil campo da educação, encorajando todos a prosseguirem neste serviço a favor das jovens gerações”. “O desafio para as escolas de hoje é tornarem-se verdadeiras comunidades pedagógicas onde estejam corresponsavelmente envolvidos como protagonistas do processo educativo pais, estudantes e professores”, conclui a mensagem. Notícias relacionadas • Liberdade de escolha para pais e alunos