João Paulo II manifestou hoje a sua preocupação com o aumento dos casos de depressão e convidou à prática religiosa para combater este mal. O Papa falava aos 600 participantes da XVIII Conferência Internacional do Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde, a decorrer no Vaticano até Sábado. “O aumento do número de pessoas com depressão torna-se preocupante. A depressão é sempre uma prova espiritual”, disse João Paulo II, partidário de novas vias para que cada pessoa possa construir a sua personalidade, cultivando a vida espiritual através da Eucaristia, recitação do Rosário e meditação dos Salmos, por exemplo. “A doença revela fragilidades humanas, psicológicas e espirituais que, pelo menos em parte, são induzidas pela sociedade”, prosseguiu. A mensagem papal foi particularmente crítica para os meios de comunicação que “exaltam o consumismo, a satisfação imediata dos desejos e a corrida por um bem-estar material cada vez maior”. A participação dos jovens nas Jornadas Mundiais da Juventude foi apresentada por João Paulo II como exemplo da importância de propor às novas gerações figuras e experiências que “possam iluminar o seu caminho quotidiano e dar-lhes uma razão de viver”. AS RESPOSTAS DA BÍBLIA O cardeal José Saraiva Martins, prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, foi o responsável pela intervenção inaugural desta Conferência, constatando que «já existem formas de depressão na Bíblia e também respostas para a doença». «A tristeza, a falta de interesse, a diminuição da capacidade de trabalho, transtornos no sonho, perda de peso, sentimento de culpa, pensamentos suicidas, vontade de chorar são sintomas depressivos que também aparecem no texto revelado, constatou. Para o Cardeal português, dado que a antropologia bíblica conhecia o fenómeno da depressão, é possível procurar nas Escrituras que resposta lhe era dada. «As respostas residem em algumas convicções fundamentais que constituem um remédio: a convicção de que o homem sempre é amado e apreciado por Deus, que Deus está sempre próximo e que o mundo não lhe é hostil, mas bom», elencou D. Saraiva Martins. A Organização Mundial da Saúde (OMS) esteve presente na sessão inaugural, representada pelo director do departamento de Saúde Mental, Dr. Sarraceno.