João Paulo II: Beatificação conclui etapa rumo à declaração como santo

Milhares de pessoas esperaram durante a madrugada para entrar na Praça de São Pedro

Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano

Cidade do Vaticano, 01 mai 2011 (Ecclesia) – A cerimónia de beatificação de João Paulo II que vai decorrer este domingo no Vaticano é a penúltima etapa no reconhecimento do papa polaco como santo, por parte da Igreja Católica, num ato solene e formal.

A missa presidida por Bento XVI, que se inicia este domingo, pelas 10:00 (09:00) em Lisboa, inclui o rito de beatificação propriamente dito, no qual o Papa recita a fórmula, em latim, com a qual permite que “o venerável servo de deus, João Paulo II, papa, possa ser de ora em diante chamado beato” (ut Venerabilis Servus Dei Ioannes Paulus II, papa, Beati nomine in posterum appelletur).

Este momento ocorre pouco depois do início da celebração, em resposta ao pedido oficial feito, também em latim, pelo cardeal Agostino Vallini, vigário-geral para a diocese de Roma, da qual são bispos todos os papas.

“A diocese de Roma pede humildemente a vossa santidade que se digne inscrever no número dos beatos o venerável servo de Deus João Paulo II, papa”, diz o cardeal, que será acompanhado pelo postulador da causa de canonização (um espécie de advogado de defesa), o sacerdote polaco Slawomir Oder.

O rito, que se desenvolve rapidamente, prossegue com a colocação das relíquias – uma ampola com sangue de João Paulo II – junto ao altar, transportadas por duas religiosas, a irmã Tobiana, assistente pessoal do papa polaco, e a irmã Marie Simon-Pierre, cuja cura da doença de Parkinson, considerada miraculosa, encerrou o processo de beatificação.

O relicário em que essa ampola vai ser transportada tem a forma de ramos de oliveira e foi feito de propósito, para a ocasião, pelo Departamento de Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice, no Vaticano.

Na mesma altura vai ser descerrada uma imagem do novo beato, uma peça em tapeçaria, reproduzindo uma foto de 1995, colocada sobre o balcão central da basílica de São Pedro.

Depois da proclamação do novo beato, o cardeal Vallini agradece a Bento XVI, novamente em latim, e juntamente com o postulador vai saudar o papa, terminando assim este momento.

Apenas no final da Missa volta a haver um momento específico da beatificação, quando o papa e os cardeais se deslocarem para dentro da basílica a fim de cumprirem o que é descrito como um “ato de veneração” diante da urna de João Paulo II, colocada em frente ao altar principal.

Este gesto será repetido pelos bispos e as autoridades presentes que assim o desejarem, estando depois a basílica aberta aos participantes na cerimónia.

Como curiosidade, o Vaticano revelou que o único não cardeal a celebrar a Missa com Bento XVI será o bispo Mieczyslaw Mokrzycki, segundo secretário particular do novo beato entre 1995 e 2005.

O cálice da Missa será o que foi usado habitualmente por João Paulo II nos últimos anos de pontificado, tal como as vestes litúrgicas que vão ser utilizadas pelo seu sucessor.

Durante a madrugada, dezenas de milhares de pessoas acamparam junto aos acessos para o Vaticano, procurando assegurar o melhor lugar quando as ruas foram abertas ao público, e começam agora a encher a Praça de São Pedro

OC

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Agência ECCLESIA

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