João Duque valoriza «sentidos» na celebração da Eucaristia

No encerramento, em Braga, da Semana de Estudos Teológicos No último dia da XVI Semana de Estudos Teológicos, o director-adjunto da Faculdade de Teologia de Braga da Universidade Católica Portuguesa, João Duque, defendeu que a transmissão do Evangelho hoje deve ter em consideração uma «exploração e uma educação litúrgicas dos sentidos do corpo humano». Para o teólogo, que falou sobre “A Eucaristia e a corporeidade”, é «necessário valorizar os cinco sentidos do corpo humano na própria celebração eucarística». O orador desafiou os presentes a «sentirem-se agraciados por Deus». Nesse sentido, propôs a «celebração dos sentidos» para a realização corpórea na celebração eucarística. A articulação dos diversos sentidos, no entender de João Duque, é o ponto fulcral que tornará possível envolver o ser humano como corpo na celebração da fé, fugindo à perversão de o instrumentalizar. Durante o debate no final da conferência, o professor da UCP alertou para o risco da idolatria. Disse que há o perigo de o próprio presidente da celebração se auto-idolatrar, de se apresentar como ídolo, criando fãs entre a assembleia. Neste sentido, o teólogo referiu que «há iniciativas pastorais com necessidade urgente de serem purificadas por meio de uma formação cristã sólida». Depois, Alfredo Teixeira, da Faculdade de Teologia de Lisboa, falou sobre “Eucaristia e novas ritualidades”. Sobre a questão da participação das crianças na Eucaristia, disse que é necessário «não absolutizar nada mas valorizar pequenos aspectos». Ressaltar a Eucaristia como festa da família ou como festa do encontro são aspectos concretos a incutir nas crianças, no entender daquele teólogo. O Arcebispo de Braga encerrou os trabalhos com um desafio lançado às famílias. Para D. Jorge Ortiga, é urgente «eucaristizar» a família, que é «Igreja doméstica». O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa não esconde que a não responsabilização da família perante a Eucaristia é um dos factores relevantes para o afastamento da prática sacramental. O prelado considera que tanto a família faz a Eucaristia como a Eucaristia faz a família. Com a necessária responsabilização, disse o Arcebispo, «a “seca” que muitos vêem na Eucaristia rapidamente deixará de ser vista».

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