Associação Portuguesa de Apoio à Vítima faz «balanço extremamente positivo» da jornada, onde sinalizou quatro suspeitas de tráfico de pessoas, após o dia 6 de agosto
Lisboa, 25 set 2023 (Ecclesia) – A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) divulgou hoje o relatório sobre as suas ações no contexto da Jornada Mundial da Juventude em Portugal, no âmbito do protocolo com a Fundação JMJ Lisboa 2023, “um passo inovador na história dos grandes eventos”.
“A APAV e a Fundação JMJ foram pioneiras, permitindo que o foco na vítima de crime fosse pela primeira vez considerado ao nível do planeamento, abrindo assim caminho a que esta dimensão se converta em parte integrante da estratégia de segurança de eventos futuros em Portugal e no Mundo”, lê-se nas conclusões do relatório enviado hoje à Agência ECCLESIA.
A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima assinala que, cumpridas todas as etapas do Protocolo, assinado a 2 de março de 2023 com a Fundação JMJ Lisboa 2023, “o balanço desta intervenção é extremamente positivo”, tornando visível um “extenso trabalho de organização e coordenação”, o “pioneirismo” das duas organizações já despertou o “interesse de congéneres internacionais”.
A primeira edição internacional da Jornada Mundial da Juventude em Portugal decorreu de 1 a 6 de agosto, em Lisboa, com mais de 1,5 milhões de participantes nas celebrações conclusivas, presididas pelo Papa Francisco, no Parque Tejo.
Das ações desenvolvidas na preparação e realização deste encontro mundial, a ação da APAV na JMJ Lisboa 2023 também se resume em números: 24 443 formandos; 30 pessoas apoiadas, 50 atendimentos, criação de um site em cinco línguas, com 15122 visualizações; 36 publicações nas redes sociais, com “dicas específicas de segurança de pessoas e bens”, que tiveram uma média de 1033 visualizações por post; 184 emails de divulgação dos serviços da APAV na JMJ, dois Manuais de Boas Práticas, dois vídeos e 840 quilómetros percorridos a pé.
A associação informa que as equipas móveis nas Dioceses de Setúbal e de Santarém, que acolheram peregrinos na JMJ, “não” registaram “qualquer pedido de apoio”, nove membros nos eventos centrais – percorreram a pé a Colina do Encontro, o Campo da Graça, e espaços adjacentes -, na capital portuguesa.
A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima realizou “50 atendimentos presenciais, telefónicos e por correio eletrónico”, e no total foram recebidos “30 pedidos de apoio, 12 dos quais (40%) não se referiam a suspeita da prática de quaisquer crimes”, de 26 de julho a 6 de agosto.
Segundo a APAV, 60% dos pedidos de apoio – “18 situações” – reportaram a suspeitas de crime: “5 casos de burla (16,7%); 4 furtos (13,3%); 4 suspeitas de tráfico de pessoas (13,3%), que aconteceram já depois da JMJ ter terminado e foram comunicadas à PJ; 3 casos de importunação sexual (10%); 2 casos de coação/assédio (6,7%)”.
Foi realizada, por exemplo, “uma ação de sensibilização” sobre o acolhimento e encaminhamento de vítimas de crime com 16 pessoas de embaixadas/consulados de países de quatro continentes: Reino Unido; Canadá; República da Coreia; Alemanha; Estados Unidos da América; Países Baixos; Irlanda; Austrália; Itália; Finlândia; Dinamarca.
“A ação preventiva na JMJ teve um caráter universal. O objetivo passou por transmitir, o mais possível, dicas de segurança, ações e reações face a uma situação de violência e localização e acesso à estrutura de apoio da APAV”, salientou.
A APAV, fundada a 25 de junho de 1990, e com 75 serviços de proximidade no território nacional e à distância, é uma instituição particular de solidariedade social (IPSS), uma organização sem fins lucrativos e de voluntariado, que apoia “vítimas de crimes, através da prestação de serviços gratuitos e confidenciais”.
CB/PR