JMJ Lisboa 2023: Organização inicia trabalho em conjunto com Instituto Politécnico de Leiria para promover uma «comunicação para todos» (c/vídeo)

Coordenadora do Centro de Recursos para a Inclusão Digital do IPL deseja que as jornadas sejam «agentes de mudança»

Leiria, 09 fev 2021 (Ecclesia) – A coordenadora do Centro de Recursos para a Inclusão Digital do Instituto Politécnico de Leiria disse à Agência ECCLESIA que a promoção de uma “comunicação para todos” na Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 faz das jornadas “agentes de mudança”.

“Se eu estou a mostrar este tipo de comunicação, com um flyer,  estou a mostrar aos jovens todos que há pessoas que comunicam de um modo diferente e que eu tenho de respeitar”, afirmou Célia Sousa a propósito do a comunicação do significado dos símbolos da JMJ em vários formatos.

A organização da JMJ Lisboa 2023 acolheu os símbolos da jornada, a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora, e preparou um folheto informativo sobre o seu significado com o Centro de Recursos para a Inclusão Digital (CRID) do Instituto Politécnico de Leiria.

Célia Sousa refere que o texto que apresentava o significado dos símbolos “era bonito”, mas foi necessário reescrevê-lo para “passar o que era essencial, deixar apenas o essencial, para se compreender o significado”, transformando-o em “escrita fácil”.

“A expressão é mesmo esta: limpar um pouco, tirar o que é acessório. Todos sabemos que, quando escrevemos, colocamos um conjunto de palavras que não são importantes para a mensagem que queremos transmitir. São um pouco supérfluas”, explicou a coordenadora do CRID.

O trabalho desenvolvido Centro de Recursos para a Inclusão Digital passou depois por pensar a escrita simples para as pessoas cegas, transformando-a em em braile e áudio, e para as pessoas com alguma incapacidade a nível intelectual, e traduzi-aa em pictogramas.

“Pensamos num grupo de pessoas que são esquecidas na sociedade, pessoas com incapacidades a nível intelectual – e esta esfera é muito ampla porque estamos a falar de pessoas com algumas incapacidade ao nível do autismo, défices cognitivos, doenças mentais, que hoje tanto assolam a nossa sociedade, demência – e juntamos pictogramas, linguagem pictográfica”, acrescentou Célia Sousa.

A coordenadora do CRID referiu que “a linguagem pictográfica dá alma às palavras que estão escritas” e consiste num código mundial de imagens que traduzem o significado das palavras, acrescentando que o trabalho do CRID inclui ainda as pessoas surdas.

“A escrita fácil também ajuda esta comunidade, mas língua materna das pessoas surdas é a língua gestual. Colocamos este flyer em Língua Gestual Portuguesa e no futuro deveríamos avançar na Língua Internacional”, acrescentou.

Para Célia Sousa, pode não ser possível conseguir comunicar nos vários formatos e linguagens “toda a informação”, sendo por isso necessário “fazer opções” e rejeitar a ideia de “não fazer nada”.

A coordenadora do Centro de Recursos para a Inclusão Digital do Instituto Politécnico de Leiria, que trabalha há dos décadas na promoção de uma comunicação para todos, deseja que JMJ Lisboa 2023 seja “um evento mundial que pode promover a inclusão e a equidade”, dando voz aos vários grupos de pessoas e, assim possa “mexer com a sociedade”.

De acordo com a organização da Jornada Mundial da Juventude, a apresentação do Hino em Língua Gestual Portuguesa é a próxima proposta de comunicação inclusiva e está já em desenvolvimento pelo Coro da Universidade Católica “Mãos que cantam” e jovens do Corpo Nacional de Escutas.

PR

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Agência ECCLESIA

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