JMJ Lisboa 2023: Mariana Craveiro deixou emprego para integrar preparação de evento «único»

«Estamos a preparar algo que não tem um manual de instruções e trabalhar aqui tem tanto de imprevisibilidade como de criatividade», explica jovem, de 24 anos

Foto: Agência ECCLESIA/MC

Lisboa, 25 jan 2023 (Ecclesia) – Mariana Craveiro, que integra o Departamento de Comunicação da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023, afirma estar a viver uma oportunidade “incrível” de construir um encontro “com tanto de imprevisibilidade como de criatividade”, que está a “aproximar as pessoas”.

“É uma oportunidade incrível de descobrir que todos os dias conseguimos fazer uma coisa nova. Aprendo muito na área da comunicação, somos «multitasking» ao mesmo tempo que não tenho de deixar de ser jovem e ser eu”, explica à Agência ECCLESIA.

“No Departamento de Comunicação estamos a trabalhar no presente, estamos a comunicar o agora, não só a preparar o evento. O facto de a JMJ ser um encontro único é muito claro, estamos a preparar algo que não tem um manual de instruções, e trabalhar aqui tem tanto de imprevisibilidade como de criatividade”, acrescenta a jovem de 24 anos.

Mariana Craveiro estudou Relações Públicas e Comunicação Empresarial e despediu-se de uma agência de comunicação quando foi desafiada a trabalhar na área da comunicação da JMJ Lisboa 2023.

“O Papa Francisco aponta-nos um caminho muito claro e a JMJ é um encontro dos jovens com o Papa. Ter a oportunidade de participar num encontro com ele é uma oportunidade única. Era muito certo no meu coração, a oportunidade de participar. Ele vem a Lisboa para estar com o jovens e o mínimo que eu podia fazer era ajudar”, explica.

No seu percurso formativo, Mariana Craveiro decidiu estudar «A perceção de liderança do Papa Francisco através da encíclica ‘Fratelli Tutti’» através de uma “perspetiva católica mas também a partir do que pensam pessoas não crentes e de outras religiões”.

O “fascínio” do Papa Francisco começou quando participou, em 2016, na JMJ em Cracóvia.

Não conhecia jovens que estivessem na fé como eu e de repente estou com milhares de jovens que estavam a viver o mesmo que eu. Fiquei numa escola, num pavilhão, tomava os meus banhos de água fria, comia os meus picles ao pequeno-almoço mas para mim tudo era bom. E eu estava ali com o Papa. Naquele sítio estávamos todos para o mesmo”.

Hoje, anos depois desta experiência de “Igreja universal”, Mariana recorda ter isso “à aventura”.

“Não fui (à JMJ) com tudo entendido – tinha 18 anos, fui à aventura – mas vim de lá com uma noção maior sobre o que era a Igreja. Fui à aventura e com a ideia de estar com o Papa e com muitos jovens e vim de lá com uma noção maior do que era a Igreja. Estava muito certa e cheia do que era a Igreja e já não era uma realidade só minha. Tantas pessoas que acreditam no mesmo e que cantam o mesmo, como é possível eu duvidar?”, recorda.

A jovem de 24 anos assinala o espanto com que viveu aquela semana na Polónia e indica que essa é uma tónica com que gosta de viver a sua vida.

Sempre vivi a vida como uma criança – e sempre me disseram para não perder isso. Olhar o mundo desta forma protege-nos, pode também criar desilusões, mas sonhar é sempre melhor. E as crianças têm uma coisa que os adultos perdem que é a capacidade do espanto. Se não o fizermos, onde está a cor da vida? E Deus olha para nós assim, olha para mim e deslumbra-se. Se ele olha para mim assim, na sua perfeição, como posso eu não fazer isso com as coisas que ele me dá todos os dias?”.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, Mariana Craveiro recorda ainda o seu crescimento em Igreja – feito através da participação em movimentos como os escuteiros, as Equipas Jovens de Nossa Senhora, a Missão Betânia, desenvolvida no Seminários dos Olivais, em Lisboa – pautado na adolescência por muitas dúvidas e procura de respostas, e evidencia também a importância da família, como “ninho” e lugar que a “impulsiona” a experimentar a vida mas onde regressa sempre.

A conversa com Mariana Craveiro emitida na última noite, na Antena 1 da rádio pública, está disponível no portal de informação e no podcast «Alarga a tua tenda».

LS

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Agência ECCLESIA

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