JMJ Lisboa 2023: De participante hesitante, à procura de respostas, para a fé que nasceu da curiosidade – Duarte Almeida diz que a JMJ Lisboa 2023 o transformou

Jovem de 15 anos, à procura de referências cristãs, descobre o seu lugar e respostas a perguntas que tem, recordando o lugar da Jornada na sua vida

Foto: Agência ECCLESIA/CB

Lisboa, 20 nov 2024 (Ecclesia) – Duarte Almeida foi um peregrino “hesitante” na Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023, com dúvidas sobre a sua participação até à véspera, mas hoje diz que a curiosidade o levou à fé.

“Começou com curiosidade. A curiosidade levou-me à minha fé. A curiosidade conduziu-me à fé que tenho agora, que há-de desenvolver e crescer. A Jornada teve esse papel na minha vida, porque me transformou”, recorda à Agência ECCLESIA.

O jovem de 15 anos, celebrou os sacramentos de iniciação cristã – Batismo, Eucaristia e Confirmação – aos 12 anos, fruto do caminho que iniciou nos Escuteiros e na catequese na paróquia em São Julião da Barra, unidade pastoral de Nova Oeiras.

Num texto publicado na edição digital da Agência ECCLESIA que assinalava, com o contributo das dioceses, um ano da realização da JMJ Lisboa 2023, Duarte Almeida afirmava-se um “cristão a fingir”.

“Eu sentia que o que aprendia na catequese e celebrava na missa não passava para a minha vida. Na altura não me importava sequer em saber se eram apenas conceitos que aprendia; sentia apenas que aquilo não passava para a minha vida”, recorda à Agência ECCLESIA.

A opção de integrar a catequese deveu-se à ingressão nos escuteiros, local onde conheceu amigos e com quem iniciou um caminho de ligação à Igreja, uma vez que em casa, a sua família, não tinha qualquer relação com a Igreja.

“Os meus pais podem considerar-se católicos não praticantes. A minha primeira ideia de relação com Deus, veio através da minha avó Concha – quando ficávamos em sua casa, rezávamos sempre a oração «Avé-Maria» antes de dormirmos. A minha avó é para mim a imagem do amor. Sempre que penso em amor tenho-a como referência”, indica.

“Apesar da falta de prática religiosa em casa, e com alguma resistência do meu pai na celebração da eucaristia, por vezes, ele vem ter comigo com algum problema e conversamos os dois sobre isso; convido-o para o meu quarto e ficamos os dois a rezar o terço”, acrescenta.

Sem esconder alguma resistência na celebração da missa – “comecei a participar mais no ofertório e recentemente, quando é necessário tocar órgão” – Duarte Almeida foi persistindo e, hoje, gostaria de usar os seus dons musicais para se relacionar com Deus.

“A música é algo de que gosto muito e foi acompanhando o meu crescimento. Hoje fico horas ao piano a improvisar ou a ensaiar músicas novas. Quando me sento para tocar, entrego sempre a Deus o que vou fazer, mas gostava de ter, a partir da música, uma forma de me relacionar com Ele. Gostava de aprender a ligar a música a Deus, gostava de usar este dom para o servir, de conseguir rezar enquanto estou a tocar”, explica.

O conhecimento da realização da JMJ Lisboa 2023 aconteceu na paróquia, através do percurso «Say Yes» mas também de tantos cartazes espalhados dando conta do acontecimento; até à véspera Duarte não sabia se queria ir.

“Senti que Deus merecia que eu fosse”, recorda.

Dos dias de agosto de 2023, Duarte recorda a celebração do sacramento da reconciliação, quando no parque do perdão se coloca na fila para ir ter com um padre.

“Falei com ele sobre tudo o que queria, ele tinha um rosto muito pacífico. Partilhei o que sentia e depois fiz-lhe muitas perguntas. Senti que aquele tempo era para mim e fui muito acolhido. Lembro-me de ter sido muito bom, foi um ponto de partida. Saí de lá feliz e cheio de sede”, conta.

O contacto com “uma multidão” que o deixou “feliz e emocionado”, mas também “o silêncio” que se viveu, foram momentos “muito bonitos”, que Duarte Almeida recorda.

Hoje persiste no grupo de jovens da paróquia procurando que as perguntas que continua a ter, muitas, reconhece, fruto da sua idade, tenham lugar para serem partilhadas.

“Não tenho dúvidas em como Deus me ama, só que gostava era de conseguir fazer transparecer esse amor, porque eu sei que não há nada que eu possa fazer para merecer o seu amor, porque Ele vai amar-me profundamente na mesma. Às vezes sinto um abandono que não devia estar lá, mas o que é certo é que sei que sou amado”, traduz.

A conversa com Duarte Almeida pode ser acompanhada esta noite na Antena 1, no programa ECCLESIA, emitido pouco depois da meia-noite, e disponibilizado no podcast «Alarga a tua tenda».

LS

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