JMJ Lisboa/1º aniversário: «Agora somos muito mais unidos e isso faz toda a diferença em Igreja», afirma Matilde Duarte, da paróquia de Portimão

Apesar dos obstáculos, jovem testemunha que o encontro permitiu evidenciar espírito de partilha e criar amizades

Foto: JMJ Lisboa 2023

Portimão, 03 ago 2 024 (Ecclesia) – Matilde Duarte e Gabriel Branco, da paróquia de Portimão, participaram na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa como peregrinos e, embora a experiência dos dois tenha sido marcada por momentos baixos, destacam a “união” criada entre jovens.

“Uma coisa que eu senti antes das jornadas era que, apesar de estarmos todos na mesma paróquia e nos vermos na missa, estávamos todos muito afastados. E era uma coisa que eu esperava que mudasse com a JMJ e, efetivamente, mudou”, afirma a jovem, em declarações à Agência ECCLESIA.

Matilde Duarte confessa que, inicialmente, saiu “desiludida” do encontro de jovens de todo o mundo com o Papa.

“Foi um momento muito complicado. Vimos o pior de todos. Estávamos todos muito cansados, cheios de fome, com poucas horas de sono e acabámos por ver o pior de nós todos juntos”, explica, referindo que estes obstáculos permitiram sobressair o espírito de comunhão e partilha.

Matilde Duarte

“Eu lembro-me de uma situação específica, que nós íamos jantar, alguns conseguiram levantar o menu peregrino, outros não, por causa do tempo, e o que acabou por acontecer é que nós pensamos: ‘ah, se calhar, são jovens, mais egoístas’, mas não. Todos partilhámos entre nós, houve muito companheirismo durante a viagem toda”, salienta.

Depois da jornada, Matilde Duarte revela que os jovens da paróquia de Portimão começaram a encontrar-se “muito mais” e criaram “muito mais amizades”: “Agora somos muito mais unidos e isso faz toda a diferença em Igreja”.

A fé une-nos muito mais e também, durante a jornada, vimos uma coisa que era que não estávamos sozinhos”, realça.

A jovem defende que a Vigília foi “a prova viva” de que há muita gente crente.

“Havia ali gente que nós não conseguíamos falar, que não se conseguia comunicar connosco, de todos os tamanhos, de todos os países, de todos os backgrounds, e mesmo assim estávamos todos unidos por uma só coisa, a nossa fé”, refere.

Gabriel afirma que gostou de ver os milhares de jovens na capital, de todos os cantos do mundo, que “acreditam no mesmo”.

Gabriel Branco

A Via-sacra ajudou o jovem a perceber que, no mundo, há pessoas a passar por dificuldades “muito piores” do que a realidade com que lida no quotidiano.

“Conheci uma rapariga do Iraque que passa dificuldades por causa da perseguição religiosa, e fez-me pensar que afinal nós não estamos assim tão mal quanto as outras pessoas, e é preciso que façamos mesmo alguma coisa para que elas possam conseguir viver, se calhar, em paz, e acreditar naquilo que elas acreditam”, defendeu.

Matilde Duarte enfatiza que na prés-jornadas viu muitos “a professar a fé” de uma “maneira muito mais efusiva”, levando-a a entender que não vale a pena cada um ter “vergonha” do que acredita: “Devemos estar à vontade para a (fé) expressar”.

A JMJ Lisboa 2023, que se realizou de 1 a 6 de agosto, comemora hoje um ano.

Portugal foi o 13.º país a acolher este encontro internacional de jovens promovido pela Igreja Católica, sob a presidência do Papa.

Os testemunhos de Matilde Duarte e Gabriel Branco vão estar inseridos no programa ‘70×7’ do próximo domingo, dedicado a um ano depois da Jornada Mundial da Juventude, e que é transmitido pelas 7h30, na RTP2.

OC/LJ/PR

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Agência ECCLESIA

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