Jovem responsável pelo acompanhamento vicarial, do departamento da Juventude de Setúbal, lembra «grande união de juventude» durante a passagem da Cruz Peregrina e do ícone de Nossa Senhora, em Almada
Almada, 23 nov 2024 (Ecclesia) – Inês Correia integra do grupo de portugueses que no domingo entrega, no Vaticano, os símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) a uma delegação da Coreia do Sul, lugar da próxima edição, encarando oportunidade como “um privilégio”.
“Acaba por ser aqui um bocadinho um sentir-me privilegiada por poder estar presente em Roma, mas também por fazer um bocadinho a passagem de testemunho para quem vai agora receber, no fundo, os símbolos e a jornada para a próxima fase. Portanto, sem dúvida, é um privilégio”, afirmou a jovem, de 25 anos, em declarações à Agência Ecclesia.
Para a responsável do acompanhamento vicarial, do departamento da Juventude da Diocese de Setúbal, a passagem de testemunho não representa o “final de um ciclo”, mas o “continuar de uma caminhada, nesta peregrinação da esperança”.
“Sinto um bocadinho que nós também vamos um bocadinho naqueles símbolos e, nesta experiência, acho que vamos continuar a vivê-la, por muito que, se calhar, muitos de nós não possamos estar presentes na Coreia [do Sul], mas, pelo menos, acho que, indiretamente, vamos estar presentes com aquela passagem destes símbolos”, destacou.
A Arquidiocese de Seul, na Coreia do Sul, acolhe a próxima edição da Jornada Mundial da Juventude em 2027, que Inês Correia aponta como sendo “um grande desafio” pelo “choque cultural” de realidades.
“Também vai ser muito bom esse desafio de lidar com pessoas novas, um choque cultural. […] E acho que nós, jovens, precisamos disto também para nos mover e para nos alegrar um pouco mais. Reviver a chama”, referiu.
Durante a preparação da JMJ, Inês Correia pertenceu ao Comité Organizador Vicarial de Almada, na Diocese de Setúbal, e assistiu à passagem dos símbolos neste território, recordando a aglomeração de pessoas.
“Foi um dos primeiros momentos em que conseguimos juntar uma organização de juventude. Almada, anteriormente, não tinha um conselho vicarial em que os jovens se reuniam e o facto dos símbolos terem vindo, e vinham a Almada, obrigou-nos a criar esta organização”, explicou.
A jovem, médica-dentista, refere que, antes da Jornada, este foi o “primeiro grande evento” que reuniu os jovens.
“Só por aí já rendeu, mas, de facto, a partir daí houve uma grande união de juventude, houve um grande aproximar de pessoas da vigararia que sabiam que vinha a jornada, sabiam que o Papa vinha a Portugal, mas era tudo muito vago e ali tornou-se presente”, relata.
Inês Correia fala que o objetivo da diocese nunca foi fechar a Cruz Peregrina e o ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani dentro da Igreja, uma vez que as pessoas que dela fazem parte já sabiam o que representavam, tendo assim sido dinamizadas muitas atividades no exterior, “para puxar as pessoas que não estavam tão familiarizadas”.
A jovem, da paróquia da Cova da Piedade, considera que a Jornada mostrou que os jovens foram “capazes de tomar decisões”, “cumprir objetivos”, “trazer ideias e cumpri-las”.
“Se for dada a oportunidade, os jovens vão fazer. Porque os jovens também gostam de fazer parte e de serem protagonistas, como o Papa Francisco nos chama a ser. Acho que se os jovens lhes forem dadas as oportunidades, os jovens agarram e os jovens fazem”, garante.
Sobre o impacto que a JMJ teve a nível pessoal, a jovem refere que “se tinha alguma incerteza”, “essas questões estagnaram um bocadinho”.
Inês Correia salienta as amizades que criou ao longo do percurso, que surgiram “em consequência de momentos mais complicados”.
“[Amizades] são enriquecedoras e são pessoas que valorizo para a minha vida no futuro. E são nessas pessoas que encontro também Cristo. Portanto, sem dúvida que as pessoas são aquilo que levo mais desta experiência de jornada”, salienta.
Depois da Jornada, Inês refere que a paróquia da Cova da Piedade num processo de adaptação: “Têm sido feitos alguns esforços, com alguns objetivos de manter os jovens”.
A jovem adianta que foi criado um grupo de preparação pós-Crisma, “mais virado para experiências, para, no fundo, estar com a comunidade e servir a comunidade”.
“Criou-se esse grupo, nesse sentido de dar aos jovens a conhecer, na prática, aquilo que é a vida de comunidade, de serviço. Portanto, alguns ajudam na Catequese, outros estão em grupos de jovens. E outros estão na Cáritas a ajudar a fazer os cabazes”, deu conta.
A próxima edição internacional da JMJ vai decorrer em Seul, capital da Coreia do Sul, em 2027.
O Programa ‘70×7’ do próximo domingo, exibido pelas 17h35 na RTP2, destaca a entrega dos símbolos da JMJ a uma delegação de Seul, no dia em que acontece a passagem de testemunho, na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
LJ/OC