Paula Reis Gomes, consagrada e professora de português em Tóquio, acompanha 34 jovens ao encontro mundial
Lisboa, 10 jul 2023 (Ecclesia) – Paula Reis Gomes, consagrada vive no Japão há mais de 30 anos e vem à JMJ Lisboa acompanhar um grupo de 34 jovens japoneses, que se preparou com “caminhadas e dormida em saco cama”.
“Temos um fim de semana de preparação em que vamos ter o desafio de andar 10 km, de mochila às costas, ao sol para nos habituar e dormir em saco, porque aqui não há esse costume, é muito raro haver um saco cama e é preciso preparar os jovens”, explica Paula Reis Gomes à Agência ECCLESIA.
A responsável pelo grupo conta ainda que houve o “desafio dos preços caríssimos da viagem” e implementar a angariação de fundos.
“Pela primeira vez, porque aqui não há tradição de angariar fundos, conseguimos fazer uma venda; fiz muitos bolinhos, bolachas e pasteis de nata para vender e angariar fundos e tem sido uma grande ajuda”.
A consagrada pertence à Associação Missionária dos Servidores do Evangelho da Misericórdia de Deus, está no Japão há mais de 30 anos, e referiu que os encontros de preparação, “com as dioceses vizinhas”, têm levado os jovens a aprofundar alguns temas.
“Há temas como “o que é uma peregrinação” ou saber mais sobre o Papa Francisco, depois como sou professor de Português ensinei algumas expressões fáceis para o dia a dia da JMJ, os jovens aprenderam também o hino da JMJ em Português, conheceram a história dos patronos e do santuário de Fátima”, explica.
Grande parte dos jovens que integram este grupo são “voluntários no centro pastoral juvenil” e vão ser acompanhados pela Paula Reis Gomes e um sacerdote do Bangladesh “que está a estudar Japonês”.
“Eles têm muita dificuldade em imaginar o que será uma JMJ, explicamos mas é difícil, têm sobretudo a maior expetativa de encontrar outros jovens católicos do mundo, aqui sentem-se uma minoria muito pequena e, muitas vezes diferentes”, indica.
Paula Reis Gomes refere que no Japão os católicos são 0,3% da população e espera que o grupo de peregrinos “consigam uma experiência de fé marcante”.
“Desejo que os jovens japoneses possam ter a experiência de contacto com outros jovens e voluntários, porque estive em várias JMJ e os voluntários têm um papel muito importante, quem nos salva são os voluntários”, sublinha.
A consagrada, natural de Lisboa, contou ainda que “nunca imaginou que na sua cidade pudesse acontecer uma JMJ” e quer conhecer melhor a Igreja portuguesa.
“Já saí há muito tempo de Portugal e quero conhecer mais a Igreja portuguesa, experimentar a fé das pessoas e gostaria de, através da JMJ, sentir-me mais parte da Igreja na qual nasci”, remata.
SN