JMJ 2023: Percurso de 21 meses preparou encontro mundial, de norte a sul de Portugal

Responsáveis de dioceses, congregações e movimentos reuniram-se pela última vez, antes da Jornada em Lisboa

Cadaval, 08 jul 2023 (Ecclesia) – Os responsáveis dos Comités Organizadores Diocesanos (COD) fizeram hoje, no Cadaval, a sua 21ª e última reunião de preparação para a JMJ Lisboa 2023, de norte a sul de Portugal, num trabalho que permitiu “alargar fronteiras”.

“A Jornada é um acontecimento que ser vai viver em Lisboa, em agosto, mas que se viveu em todo o país, ao longo de todo este tempo”, disse à Agência ECCLESIA Lara Saavedra, religiosa da Maria Imaculada, que integra o ‘Caminho 23’, uma das direções do Comité Organizador Local (COL) da JMJ Lisboa 2023.

Ao longos dos últimos 21 meses, em cada etapa da peregrinação dos símbolos da JMJ pelas dioceses portugueses, aconteceu uma reunião dos COD, num caminho conjunto para Lisboa.

“As dioceses aproveitaram para se juntar e unir a pastoral, em Portugal, pensando a Igreja e traçando caminhos, de presente e de futuro”, aponta a religiosa.

O encontro desta tarde contou também com a presença de responsáveis de congregações religiosas e movimentos juvenis.

“É uma Jornada feita ‘com’, não só uma Jornada feita ‘para’”, precisa a irmã Lara Saavedra.

As comunidades católicas portuguesas vão acolher de 26 a 31 de julho de 2023 os “Dias nas Dioceses”, o encontro de jovens que decorre antes da Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa.

As religiosas de Maria Imaculada vão receber 225 jovens de quatro continentes, incluindo uma delegação de Cuba, que teve de superar várias questões logísticas.

“Foi muito difícil trazê-los”, assinala a irmã Lara Saavedra.

Vanessa Alves, do COD de Portalegre-Castelo Branco, falou à Agência ECCLESIA de um percurso “importante” para a Igreja Católica em Portugal, promovendo um conhecimento recíproco e a interajuda entre os vários responsáveis.

Em Portalegre-Castelo Branco, as comunidades católicas vão receber cerca de 1600 peregrinos, num número que continua a aumentar, com grupos de 16 nacionalidades, com propostas ligadas à ecologia integral, à cultura e à ação evangelizadora da Igreja.

No dia 31 de julho, a diocese promove a Missa de envio, em Abrantes, com a participação de todos os peregrinos na JMJ Lisboa 2023.

Sara Monteiro, do setor da Comunicação no COD de Vila Real, refere que a troca de ideias entre vários responsáveis ajuda a preparar melhor a Jornada e a superar dificuldades.

A responsável, que acompanha ainda o setor das famílias de acolhimento, admite que persiste alguma “desconfiança”, por parte das pessoas, em receber alguém que não conhecem.

“Nos pontos mais isolados, com população mais idosa, temos bastantes famílias. Se calhar, nos meios mais citadinos é mais difícil”, assume.

Vila Real vai receber cerca de 750 jovens, nos Dias nas Dioceses, com um momento celebrativo conjunto, a 28 de julho, e várias atividades programadas, entre elas um conjunto de “festas populares”, tipicamente portuguesas.

A irmã Vera Rocha, colaboradora do Grupo JIM – Jovens em Missão, da família comboniana, sublinhou a importância de “fazer esta experiência de Igreja sinodal”, a caminho da JMJ.

Em Portugal, a congregação vai receber jovens de várias proveniências, como Macau, EUA, Itália, Espanha e religiosos africanos, apontando a uma “fraternidade universal”.

“Queremos que participem nos Dias nas Dioceses, para conhecer um pouco da cultura portuguesa e do ser Igreja, bebendo o carisma comboniana”, indica a entrevistada.

Os “Dias nas Dioceses” vão realizar-se no Algarve, Angra, Aveiro, Beja, Braga, Bragança-Miranda, Coimbra, Évora, Funchal, Guarda, Lamego, Leiria-Fátima, Portalegre-Castelo Branco, Porto, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu.

Durante seis dias, os participantes vão conhecer cada Igreja local, num programa com cinco pilares: acolhimento, descoberta, missão, cultura e envio.

“As dioceses vão oferecer a sua identidade religiosa e cultural, através de uma proposta criativa da sua realidade. Os movimentos juvenis, como parte da Igreja e das dinâmicas diocesanas, também são chamados a estar presentes e a dar o seu contributo, nesta experiência de acolhimento e partilha”, precisa a organização da JMJ.

CB/OC

Foto: JMJ Lisboa 2023

Lisboa é a primeira cidade portuguesa a acolher uma edição internacional da JMJ, um acontecimento religioso e cultural que reúne centenas de milhares de jovens de todo o mundo, durante cerca de uma semana.

O anúncio da escolha da capital portuguesa aconteceu a 27 de janeiro de 2019, no Panamá.

A JMJ nasceu por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.

A primeira edição aconteceu em 1986, em Roma. A JMJ já passou pelas seguintes cidades: Buenos Aires (1987), Santiago de Compostela (1989), Czestochowa (1991), Denver (1993), Manila (1995), Paris (1997), Roma (2000), Toronto (2002), Colónia (2005), Sidney (2008), Madrid (2011), Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016) e Panamá (2019).

A próxima edição internacional vai decorrer na capital portuguesa de 1 a 6 de agosto de 2023, após ter sido adiada um ano, por causa da pandemia de Covid-19.

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Agência ECCLESIA

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