Padre Tiago Neto afirma que a Jornada «é uma experiência que deve mobilizar os jovens para a continuidade»
Lisboa, 05 jul 2023 (Ecclesia) – Os jovens participantes na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023 vão debater temas inspirados pelo do Papa Francisco, como a ecologia integral, a ‘amizade social e a misericórdia, nos ‘Encontros Rise UP’, que ocupam as manhãs de 2 a 4 de agosto.
“Achamos que era muito interessante que os jovens pudessem refletir sobre os núcleos centrais da mensagem que o Papa tem trazido à Igreja e ao mundo, nomeadamente estes três temas, dois substanciados nas duas cartas principais que ele escreveu, uma sobre a ecologia integral, a ‘Laudato Si’, e outra sobre a amizade social, na ‘Fratelli Tutti”, disse hoje o padre Tiago Neto, coordenador dos ‘Rise Up’, em entrevista à Agência ECCLESIA.
O sacerdote explica que os encontros vão procurar colocar os jovens “não só” em sintonia com o Papa Francisco mas “sobretudo no que significa estar em sintonia com esses temas”, que significa uma Igreja proativa, em missão, “uma Igreja que vê os jovens como protagonistas na transformação do mundo”, através das suas vivências concretas, e “muito do que foi o trabalho”.
“Os jovens puderam partilhar as experiências que realizam em projetos concretos relacionados com a ‘Ecologia integral’, o encontro entre as pessoas, o encontro entre culturas, e aquilo que é a prática de exercícios de misericórdia”, acrescentou, evocando os três encontros preparatórios, realizados entre abril e junho.
O coordenador da equipa subdireção das catequeses da JMJ Lisboa 2023 assinalou também que tentaram “sempre imprimir um ritmo sinodal a este processo”, que os jovens fossem os protagonistas, não só na preparação, mas sobretudo dos encontros que vão acontecer, nas manhãs de quarta, quinta e sexta-feira da Jornada Mundial da Juventude.
“Tradicionalmente, um bispo faz uma catequese, aqui o papel do bispo tem mais a ver com aquele que está presente, que acompanha, escuta, e também diz uma palavra de anúncio aos jovens”, assinala o padre Tiago Neto.
Em entrevista ao Programa ECCLESIA, transmitido hoje na RTP2, o sacerdote acrescenta que pretendem que os jovens interajam entre si, “que sejam protagonistas também de uma certa mudança”, de uma consciência dos problemas que afetam o mundo “e das respostas que podem dar”, num dinamismo “missionário muito forte” desta ‘geração Rise Up’.
A Jornada é uma experiência que deve mobilizar os jovens para a continuidade, sobretudo refletindo sobre estes temas como é que eles podem, no seu contexto concreto, realizar e transformar o mundo, sendo protagonistas de uma Igreja em missão, uma Igreja que se levanta, que ergue a voz e que realiza coisas belas em prol dos outros”.
As catequeses JMJ Lisboa 2023 vão realizar-se em igrejas, em espaços públicos, em estádios, em praças, o que vai permitir “dar uma certa visibilidade a estes encontros, numa forma da Igreja se tornar presente no meio da cidade”.
O sacerdote do Patriarcado de Lisboa recordou que o ‘Rise Up’ começou com um projeto de catequeses a nível da Igreja Católica em Portugal, durante três anos trabalharam “esse verbo a partir de textos bíblicos”, e, depois, surgiu “a ideia de alargar esses encontros preparatórios ao mundo inteiro”, no primeiro encontro tiveram “52 preparações”.
Neste contexto, o padre Tiago Neto destacou a participação de “grupos do Azerbaijão ou dos Emirados Árabes Unidos”, mostrando como a dinâmica chegou “a lugares tão interessantes do ponto de vista cultural e do que é a presença cristã”.
“O desafio que isso traz nesses lugares é um sinal, é uma pequena semente que fica para no futuro trabalhar-se melhor esta dinâmica com os jovens”, concluiu.
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