«Nós temos futuro, isto é fantástico, a moldura de jovens que se tem associado, nos últimos meses, à Jornada Mundial da Juventude» – Carla Tavares
Amadora, 19 jul 2023 (Ecclesia) – A Amadora recebeu hoje os dois símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) numa peregrinação que começou no bairro do Zambujal, passando pela Câmara Municipal, e ligou a autarquia através da estação de comboios.
“Estando em funções de presidente da Câmara, dificilmente vou esquecer. Acho que é um momento muito bonito, é um momento simbólico desta grande jornada que é a Jornada Mundial da Juventude, o facto de ter vindo à Câmara Municipal que, no fundo representa, todos os munícipes da cidade”, disse Carla Tavares à Agência ECCLESIA.
A presidente da autarquia destaca que esta é uma cidade que, cada vez mais, querem “que seja para todos”, uma cidade com diversidade, de tolerância, e apontou para a “moldura humana que se juntou”, de forma espontânea.
“Tem naturalmente um simbolismo para a cidade e para nós todos também que temos funções na cidade. É um momento muito marcante sem dúvida”, sublinhou a responsável.
A Cruz peregrina e do ícone de Nossa Senhora ‘Salus Populi Romani’ da JMJ foram recebidos, esta manhã, pelo executivo municipal, autarcas das freguesias, as forças vivas do concelho, pelos jovens, e com a presença do presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023, D. Américo Aguiar.
Nas redes sociais, o Município da Amadora assinalou que vai “acolher milhares de jovens peregrinos”, e Carla Tavares assinala que “vai haver mais gente nas ruas, se calhar vai haver mais lixo, vai haver mais pressão nos transportes, mas é um momento de festa, é um momento único”.
“É essa tranquilidade que temos procurado passar a uma cidade que tem no seu ADN o facto de ser muito acolhedora. Estamos muito tranquilos, convencidos que vai ser um momento único até para a cidade, a possibilidade de termos um conjunto de jovens de outros países a utilizarem os nossos espaços, a percorrerem a nossa cidade, é fantástico”, desenvolveu a presidente do Município.
“Estamos preparadíssimos para receber todos os jovens e qualquer coisa que corra menos bem, o Senhor está sempre connosco, por isso, vai correr tudo bem”, afirma Inês Borges, da Paróquia da Amadora, que também é voluntária no Comité Organizador Local da JMJ 2023 e no Comité Organizador Diocesano Lisboa.
Para esta jovem, que dedicou a tese de mestrado a este grande encontro da Igreja Católica – ‘Jornada para a vida: Jornada Mundial da Juventude: impactos nos jovens portugueses e contributo para a edição de Lisboa’, revela que “pessoalmente tem sido uma espera muito positiva” pela realizou do encontro anunciado em 2019, mas que começou a preparar “em 2016”. Inês Borges, sobre a sua participação em edições anteriores da JMJ, assinala que “em termos de fé é uma experiência inexplicável”, onde há uma “experiência com Cristo, um grande encontro com Deus”, que acontece no encontro com o outro peregrino, no Papa e na oração”, para além de conhecerem “outras pessoas, outras culturas” que ajuda “a abrir horizontes e perceber que Jesus é para todos”. |
Nuno Campos, de 31 anos de idade, vai participar na sua segunda JMJ, mais uma vez como voluntário, porque “um dos princípios de vida em Igreja, em comunidade, é não guardar nada” para si.
“E nestes que são os maiores eventos que a Igreja nos oferece e nos entrega para nos reunirmos como juventude não me fazia sentido em participar de outra forma que não fosse a entregar de mim à organização, a fazer acontecer”, explicou, salientando que receber esta edição internacional da Jornada Mundial da Juventude “é acima de tudo uma grandessíssima alegria”.
“É realmente a confirmação de que aquilo que acreditamos existe e não está só dentro destas paredes das nossas pequenas comunidades, somos muitos. Somos realmente muito a crer em Cristo”, acrescentou, afirmando que a Jornada traz “a imagem que Cristo vive, Cristo existe, Cristo acompanha”.
Segundo o entrevistado, “felizmente, nota-se um grande interesse”, nas pessoas que não são crentes, nas que têm outros credos, “de muitas fontes e de muita diversidade”, em perceber o que é que os “move e interessam-se” em perceber o que vai acontecer, por exemplo, quando passeiam pela cidade com as camisolas ou fazem “orações na rua” e são interpelados, sobre “o que é que estão a fazer”.
Nuno Campos foi uma das pessoas que pegou na cruz peregrina, encabeçou o grupo que transportou esse símbolo pelo túnel da estação de comboios da Amadora, em mais um “momento simbólico” desta peregrinação.
“Liga as duas metades da Amadora, a metade norte e a metade sul, que é rasgada por uma linha de comboio de oeste a este, e é o simbolismo da união. Como dizia o D. Américo: ‘é uma cidade que é um lugar para todos’. Está aqui o povo de Deus representado”, realçou o jovem chefe de equipa, na semana da JMJ.
Nunca pensei que os símbolos viessem aqui e é uma grande alegria. Tive a oportunidade de carregar a cruz e emocionei-me muito e senti-me mesmo parte da Igreja, parte da Jornada. Foi uma grande surpresa, estou muito grata a Deus por esta possibilidade de recebermos os símbolos que são tão importantes na história da Jornada” – Inês Borges
Faltam 13 dias para a JMJ Lisboa 2023, anunciada em 2019, e o padre Thomaz Fernández, que acompanha a juventude na Vigararia da Amadora, recorda que no princípio, quando começaram a preparação, “a Jornada era uma coisa tão distante que foi difícil, era uma coisa teórica”.
“Há uns meses para cá, desde que começamos a ver isto mais no horizonte as pessoas têm-se animado e há imensos voluntários, em todas as paróquias há muitos voluntários. As pessoas são generosas no trabalho que é preciso fazer. Eu acho que há uma adesão muito boa. É muito bom”, explicou o pároco de Queluz à Agência ECCLESIA.
Nós temos futuro, isto é fantástico, a moldura de jovens que se tem associado, nos últimos meses, à Jornada Mundial da Juventude, a certeza que tenho é que vai tudo correr bem, e vai ser essencialmente um momento de festa, de partilha, de alegria, de convívio” – Carla Tavares
Uma celebração na Sé de Lisboa, no domingo, assinala o fim da peregrinação da Cruz e do Ícone de Nossa Senhora no Patriarcado de Lisboa e nas 21 dioceses de Portugal, que iniciou em novembro de 2021.
CB/OC
JMJ 2023: Símbolos da JMJ peregrinam nas periferias de Lisboa