Marta, filha, colabora com o «Caminho 23» e a mãe Zarica é voluntária no Comité Organizador Local de Lisboa
Lisboa, 19 jul 2023 (Ecclesia) – Rosário e Marta Beja, mãe e filha, estão envolvidas na organização da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023, marcada para os dias 1 a 6 de agosto, uma como voluntária, outra como colaboradora do «Caminho 23».
“A maior parte das pessoas não tem noção do que acontece nas relações de quem está envolvido. As pessoas dão-se umas aos outros, passeamos com voluntários de longa duração para conhecerem a nossa cultura – assim aconteceu no 13 de maio, em Fátima, e também nos Santos populares, em Lisboa. O caminho da jornada é todo bom, tudo o que acontece é bom”, conta à Agência ECCLESIA Rosário Beja, tratada carinhosamente por ‘Zarica’.
Quando a realização da JMJ foi anunciada para Lisboa mãe e filha tiveram a certeza de que queriam estar envolvidas nesta organização – Marta começou como voluntária na sua paróquia de origem, Santo António do Estoril, no patriarcado de Lisboa, depois no Comité Organizador Local, e mais tarde foi convidada a colaborar de forma mais efetiva, na sede da Fundação JMJ Lisboa 2023.
Mãe e filha partilham a experiência de terem participado em anteriores Jornadas: a Marta em Madrid, em 2011 e ambas em 2016, em Cracóvia, na Polónia.
“A Marta foi com as equipas de Nossa Senhora e eu inscrevi-me pela paróquia. Queria muito ir para ver como era. As pessoas diziam-me que eu não tinha idade para participar mas eu respondia que era jovem há mais tempo”, recorda, assumindo sentir-se “revitalizada” junto dos jovens.
Em Cracóvia, Marta teve ocasião de ser acolhida por uma senhora de 70 anos, “que fazia tudo para que nos sentíssemos bem e em casa”.
A Christine esforçou-se ao máximo para nos dar a melhor estadia, a mim e a duas amigas: Procurava perceber o que gostávamos mais ao pequeno-almoço, lavava-nos a roupa e os sapatos. Queria dar-nos a melhor estadia. A disponibilidade das pessoas foi o que mais me marcou”.
Zarica acrescenta que são momentos semelhantes que traduzem a vivência de uma Jornada Mundial da Juventude.
“Não se fala a mesma língua mas é extraordinário. A sintonia que faz perceber que o que corre mal não tem importância, chega a unir”, conta a filha.
A experiência de vários meses de partilha com voluntários de longa duração é também valorizada por ambas.
“Algumas pessoas deixaram o seu país por um ano, outras por dois meses, alguns despediram-se para vir para Lisboa organizar a Jornada. O seu testemunho é muito importante para mim. Trazem uma alegria muito grande. Algumas repetem esta experiência na sua vida. E continuam a chegar de vários países para ajudar, pessoas que largam a sua vida para organizar a JMJ”, conta a Marta.
Zarica pede para as pessoas não terem medo de participar e confiem que “tudo vai ser bom”: “Mesmo que não tenham a semana, mesmo que seja apenas no fim-de-semana, inscrevam-se”, convida.
A família Beja é marcada pela disponibilidade e pela ajuda aos outros, sentindo que essa energia é um “elo de união entre todos”.
“É um ambiente familiar de constante desafio. Normalmente a mãe tem ideias e procura companheiras para dar corpo. As ideias surgem e movimentam a família e amigos”, indica a filha Marta.
A mãe acrescenta que guarda do seu pai, um ensinamento pouco antes de este falecer: «Sempre que puderes ajudar, ajuda».
Eu já fui ajudada de várias maneiras. O meu filho teve um acidente grave, em coma, e tive alguma revolta. Mas tive a graça de me ter cruzado com as pessoas certas no momento certo, com muitas pessoas a rezar por ele. Hoje o Gonçalo faz a sua vida normal. Nunca me esqueço disso. Pode-se sempre ajudar e é uma forma de o meu pai estar presente. Eu tenho tudo, o que eu não sei fazer, tento aproveitar o que os outros podem fazer.Tenho uma família fantástica que alinha e amigos também que se deixam contagiar”.
A conversa com Zarica e Marta Beja vai ser emitida esta noite no programa ECCLESIA na Antena 1, pouco depois da meia-noite, ficando posteriormente disponível no portal de informação e no podcast ‘Alarga a tua tenda’.
LS