D. Américo Aguiar e Carlos Moedas debateram ainda impacto económico do evento, avaliado em pelo menos 370 milhões de euros
Lisboa, 04 jun 2024 (Ecclesia) – O presidente cessante da Fundação JMJ Lisboa 2023, D. Américo Aguiar, apresentou hoje ao presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, as contas da Jornada Mundial da Juventude.
Em declarações aos jornalistas, no final do encontro, o cardeal deixou o seu agradecimento à autarquia e à cidade de Lisboa, vincando que “o resultado final positivo só foi possível graças ao empenho, à dedicação e à entrega e à parceria da Câmara de Lisboa e de tantas outras entidades”.
“A transparência ajuda a que possamos assumir, com toda a naturalidade, aquilo que são as fragilidades, as coisas boas. Neste caso correu bem, foi um sucesso, deu lucro”, acrescentou.
D. Américo Aguiar reforçou o compromisso de que o montante resultante da JMJ Lisboa 2023 vai ser “aplicado em apoio a projetos ligados aos jovens”, prioritariamente nos Municípios de Lisboa e de Loures, admitindo que se alarguem a outras localidades.
Questionado sobre o que futuras organizações de edições internacionais da JMJ podem aprender com Lisboa, o responsável católico sublinhou a importância do “trabalho em conjunto”, entre Igreja Católica, instituições públicas e privadas.
Carlos Moedas, por sua vez, destacou que todo o investimento na organização da JMJ 2023 “valeu mesmo muito a pena”, sublinhando que o montante investido pelo município se multiplicou em “pelo menos 10 vezes”, na região, num resultado que superou o “ceticismo” de alguns setores da sociedade portuguesa.
A Fundação JMJ Lisboa 2023 apresentou em conferência de imprensa, na última sexta-feira, as contas relativas à organização do evento, com um saldo positivo de 35,37 milhões de euros no final do último ano.
“O valor angariado com o encontro será, posteriormente, aplicado no desenvolvimento de projetos de apoio a jovens, a implementar nos concelhos de Lisboa e Loures”, refere a Fundação, em comunicado enviado à Agência ECCLESIA.
O relatório da auditoria, elaborado pela Deloitte, identifica um total de 74 milhões de euros em contribuições, inscrições e doações; 58% desse valor foi aplicado em pagamentos a fornecedores, serviços externos e pessoal.
O balanço em 31 de dezembro de 2023 evidencia um ativo total superior a 36 milhões de Euros e fundos patrimoniais de 35,9 milhões de euros.
O resultado positivo de 31,357 milhões de euros no final de 2023 soma-se aos 4,39 milhões de euros em caixa e bancos, com que se iniciou esse ano.
“Este valor acima do previsto tem em conta a forte afluência do número de peregrinos que participou no maior encontro de jovens com o Papa em Lisboa, entre 1 e 6 de agosto de 2023, e que atingiu mais de 1,5 milhões de pessoas”, indica o comunicado da Fundação JMJ.
A JMJ Lisboa 2023 ultrapassou os 400 mil peregrinos inscritos, incluindo voluntários e clero, provenientes da quase totalidade dos países do mundo – a única ausência foram as Maldivas.
Durante 2023 foram obtidos rendimentos de 74,266 milhões de euros, mais 13,7% que o orçamentado e foram realizados gastos no valor de 43,075 milhões de euros.
Em 2023, os rendimentos operacionais da Fundação JMJ Lisboa 2023 somaram 74,552 milhões euros resultantes de contribuições/inscrições de peregrinos.
Na conferência de imprensa, que decorreu no Pavilhão Carlos Lopes, foi também apresentado o estudo de impacto económico da JMJ 2023, realizado pelo ISEG – Instituto Superior de Economia e Gestão.
O documento destaca um aumento, a curto prazo, do nível da atividade económica, “avaliado em pelo menos 370 milhões de euros”, um concentrado no ano de 2023 (310 milhões de euros) e na região de Lisboa (290 milhões de euros).
HM/OC
Notícia atualizada às 13h54