JMJ 2023: Festival da comunidade «Chemin Neuf» junta 4500 participantes em Portimão, a caminho de Lisboa

Iniciativa quer mostrar «Igreja de portas abertas», com dimensão ecuménica

Portimão, 30 jul 2023 (Ecclesia) – A Comunidade ‘Chemin Neuf’ reuniu cerca de 4500 jovens em Portimão, para o seu festival anual da juventude, intitulado ‘Welcome to Paradise’, a caminho da JMJ Lisboa 2023.

“É Igreja de portas abertas: quando o jovem as vê, ele entra”, disse à Agência ECCLESIA o padre Luciano Couto, que integra esta comunidade católica com “vocação ecuménica”, presente em 35 países.

O festival ‘Welcome to Paradise’ (Bem-vindo ao Paraíso) é visto como uma preparação espiritual para a JMJ e exigiu um ano de preparação.

O evento uniu participantes de mais de 60 países e bispos de 10 dioceses católicas, nesta dinâmica promovida pela comunidade fundada em França por um religioso jesuíta.

A associação pública de fiéis inspira-se ainda no Renovamento Carismático Católico.

Segundo o padre Luciano Couto, cada jovem “é acolhido como é”, durante a programação, na qual se aponta a um “encontro profundo com Jesus Cristo”.

O cuidado com a linguagem é uma preocupação da comunidade e é visível no trabalho da irmã Albertine Debackner, que marca presença nas redes sociais como uma “missão”.

“É preciso estar onde as pessoas estão, como Jesus”, justifica.

A religiosa não se mostra perturbada quando é catalogada como “influencer”, sublinhando que os cristãos são chamados a “influenciar o mundo”.

“Claro que não é para fazer publicidade a um produto, mas para dar destaque a outro, a Cristo”, realça.

A irmã Albertine Debackner defende maior “acessibilidade” e “proximidade”, na comunicação da Igreja, assumindo a “linguagem e os códigos” das novas gerações para chegar até elas.

Vincent Nouailhat, peregrino francês, conhece a comunidade “há muitos anos”, quando era estudante em Nantes, tendo ficado impressionado com a dimensão “enorme” do Festival e o interesse da programação.

“Há muitas comunidades que hoje atraem jovens que começam a colocar-se questões, que sabem falar aos jovens”, indica à Agência ECCLESIA.

Shelly McCandliss, que integra a ‘Bethel Church’ de Redding, Califórnia (EUA), partilha experiências com a comunidade católica há cinco anos, numa aprendizagem recíproca.

“Queremos a unidade”, assume, justificando a viagem até Portugal com um grupo de pessoas de outras denominações cristãs que “partilham a mesma fé”.

Francesco Bianco chegou da Itália a convite da ‘Bethel Church’, uma Igreja não-denominacional, para trabalhar em Portimão.

O jovem admite que após anos de algum afastamento da prática religiosa, Deus “fez-se presente” na sua vida, levando-o a este serviço aos outros.

“A Igreja está a tentar falar aos jovens, de várias formas”, acrescenta.

Aline Machado, faz parte da Igreja Evangélica e está em Portugal ao serviço do ‘Chemin Neuf’, vinda de São Paulo, Brasil.

“Achei fantástica a forma de servir a cidade, servir a comunidade. O trabalho que desenvolveram aqui foi muito preciso”, declara.

A entrevistada espera que seja possível dar “passos ousados” no caminho ecuménica, com a inspiração destas iniciativas.

Em Lisboa, o ‘Chemin Neuf’ e a comunidade anglicana vão dinamizar um projeto no Parque da Estrela, com catequeses em francês e inglês (ecuménica, na igreja de São Jorge), “para que todos os jovens cristãos possam participar realmente na Jornada”, adianta o padre Luciano Couto.

A programação inclui ainda parcerias com a comunidade ecuménica de Taizé.

HM/OC

Lisboa 2023: JMJ vai passar por espaços de várias religiões, promovendo iniciativas de diálogo

A JMJ nasceu por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.

A celebração assinala-se anualmente, a nível diocesano (atualmente na solenidade de Cristo-Rei, último domingo do ano litúrgico), e tem uma edição internacional, a cada dois ou três anos, numa grande cidade, para o encontro de milhares de jovens de todo o mundo com o Papa, com celebrações religiosas e culturais.

A 27 de janeiro de 2019, na conclusão da Jornada Mundial da Juventude na cidade do Panamá, Lisboa foi anunciada como sede do evento em 2022; a edição portuguesa acabou por ser adiada um ano, devido à pandemia de Covid-19.

A primeira edição da JMJ aconteceu em 1986, em Roma, tendo depois passado pelas cidades de Buenos Aires (1987), Santiago de Compostela (1989), Czestochowa (1991), Denver (1993), Manila (1995), Paris (1997), Roma (2000), Toronto (2002), Colónia (2005), Sidney (2008), Madrid (2011), Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016) e Panamá (2019).

 

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Agência ECCLESIA

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