JMJ 2023: Famílias de acolhimento de Aveiro viveram experiência «incrível», nos Dias nas Dioceses

Peregrinos estrangeiros de 14 nacionalidades foram totalmente recebidos em espaços familiares, na Diocese de Aveiro

Aveiro, 31 jul 2023 (Ecclesia) – O bispo de Aveiro presidiu, este domingo, à Eucaristia e envio dos peregrinos para a JMJ 2023, onde participaram muitas das famílias que acolheram os 4900 peregrinos, de 14 nacionalidades, que viveram aqui a semana dos ‘Dias nas Dioceses’.

“Vi a diocese viva, um grupo imenso de famílias que acolheram os jovens nas suas casas, partilharam com eles estes dias e, por aquilo que eu fui ouvindo e por aquilo que conheci, foi uma riqueza muito grande para aqueles que acolheram e para que foram acolhidos”, disse D. António Moiteiro, aos jornalistas.

No final da celebração, Isabel Matos, disse à Agência ECCLESIA, que foi “uma experiência muito positiva”, esta Família de Acolhimento recebeu dois peregrinos chilenos de Concepción, um jovem leigo e um sacerdote.

“Abri as portas sem qualquer problema. Já fui jovem acolhida em famílias de acolhimento, as minhas filhas também já foram, achei que devia ser a minha vez de acolher os outros”, explicou.

“Gostei muito da experiência, nem dá para explicar: Feliz com estes dois amigos que arranjei”, realçou Isabel Matos.

Para Nicolas Neira, o jovem leigo, “foi uma experiência maravilhosa”, recorda que há muito tempo que não viva algo assim, e, na verdade, só “tinha a agradecer, simplesmente por tudo”:

“O carinho e o cuidado com que nos receberam nesta casa, desde o primeiro dia, é impagável. E foi um ensinamento constante que o amor de Deus é tão grande que todos cabemos nele”, acrescentou.

Já o padre Maurício Quezada destaca que foi “muito bela a experiência” destes dias vividos na casa de Isabel Matos, porque “é sentir-se como em casa, sentir a experiência que Deus acolhe”.

“É maravilhosa a atenção que nos deram”, acrescentou sobre “todos estes dias muito bonitos”, vividos entre 26 e 31 de julho.

O sacerdote proveniente do Chile explicou ainda, sobre esta opção de ficar com uma família de acolhimento, que fez “tudo” o que os jovens que estão no seu grupo fizeram, e, ao mesmo tempo, renovou “a própria opção de fé”.

O jovem Nicolas Neira afirmou ainda que leva “uma lição de muito amor-próprio” desta semana, que neste momento está a trabalhar muito e, “através destes dias, desta experiência, de todas as atividades” que fizeram, dava-se “conta que Deus está presente realmente em cada um e conecta-se de forma única e muito especial através de todas as pessoas”.

“Foi incrível, este ano não posso ir à Jornada, já fui uma vez, a Cracóvia, em 2016, e pensei que esta era a minha maneira de participar e estar presente. Quando fui a Cracóvia receberam-me tão bem que quis fazer o mesmo que fizeram por mim”, disse Ema Pereira, da Paróquia da Glória, à Agência ECCLESIA.

A jovem aveirense teve a oportunidade de acolher dois peregrinos de Cuba, e, emocionada, assinala que “não há palavras para descrever esta partilha”.

“Tudo o que se passa aqui é extraordinário; Eles levam daqui uma experiência incrível, nós tentamos ser os mais genuínos possíveis e partilhar ao máximo tudo o que há de bom”, realçou Ema Pereira.

Da Paróquia da Glória são também a família Ricardo Fernandes, Joana Barata e o pequeno António Barata, que viveu uma semana “fixe” e fez “bolos” para os dois peregrinos filipinos que recebeu em casa.

“Nós acolhemos dois filipinos que são uns amores, uns doces, são pessoas muito queridas, muito simpáticas, e para nós tem sido muito, muito gratificante”, explicou Joana Barata.

Segundo Ricardo Fernandes, acolher “é uma experiência espetacular” e se abrir a porta de casa “é sempre difícil”, depois, fica-se “a perceber que os receios e os medos desapareceram”, e, na realidade, recebe-se “muito”.

Foto: COD Aveiro

Para além de quererem ser família de acolhimento, Ricardo Fernandes e Joana Barata eram os responsáveis pela área das ‘Famílias de acolhimento’ da sua paróquia para os ‘Dias nas Dioceses’, por isso, só poderiam fazer esse convite “pelo exemplo”.

“Não poderíamos dizer que não ao pedido que estávamos a fazer a todas as famílias aqui da paróquia. Foi um gosto, um prazer, um orgulho”, disse Joana Barata.

Ricardo Fernandes observou que tiveram “famílias não sabiam falar inglês”, mas mesmo assim receberam peregrinos, como uma senhora na Paróquia da Glória com 70 anos que “acolheu na hora duas pessoas sem saber de que país viriam”.

Segundo Joana Barata, comunicaram “por gestos” e, no sábado, no jantar da paróquia, um dos filipinos pediu-lhe apoio “porque queria ajudar a sua mãe”, e explicou que a senhora “não percebe nada”, mas adora-os, fá-los “sentir em casa, por isso, está a ser ótimo e eles estavam felicíssimos”.

CB/OC

 

Segundo D. António Moiteiro, os jovens estavam “encantados com as famílias”, com a maneira como os receberam, com a gastronomia e também com “todos os atos próprios deste dia”, quer a vida paroquial, quer depois a vida arciprestal e, agora, a vida diocesana com esta celebração.

“Queremos que levem a alegria do ser cristão, que vivam o Evangelho com alegria, e que essa alegria seja testemunhada nas suas vidas para que possam chegar aos outros. O cristianismo cresce por contágio. Este foi um momento alto da nossa vida diocesana, e queremos que daqui partam dinamismo que ajudem a crescer a diocese”, disse no final da celebração diocesana.

O bispo de Aveiro afirmou também que aquilo que mais o impressionou nos jovens foi “nos momentos de oração o silêncio que havia na oração”, a maneira como eles estavam, que “significa que há muita formação cristã e isto ajuda a projetar o futuro”.

O coordenador do Comité Organizador Diocesano (COD) de Aveiro para a Jornada Mundial da Juventude 2023 disse à Agência ECCLESIA que esta semana dos DND foi “vivida com muita alegria”, onde acolheram o desconhecido com duas mil famílias e “foi muito transformador para a Diocese de Aveiro”.

“O balanço é muito feliz porque fomos felizes, audazes, aventureiros, e eu acho que isso se viu hoje neste mar de gente, neste mar de alegria”, disse Pedro Carvalho.

A Diocese de Aveiro viveu, este domingo, o “momento alto” dos Dias na Diocese, com a Eucaristia e envio dos peregrinos para a JMJ 2023, no Cais da Fonte Nova.

“Cumprimos um sonho de transformar este cais num mar de gente. O mais transformador foi uma revolução orgânica que queremos provocar na Diocese de Aveiro e acho que isso foi conseguido: com as famílias que quiseram acompanhar os seus peregrinos aqui, quando pensavam nos seus almoços, quando pensavam nos seus pequenos-almoços, na melhor cama para eles dormirem, e isso foi muito bom”, desenvolveu Pedro Carvalho.

 

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Agência ECCLESIA

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