Iniciativa decorreu nas várias dioceses do país e, em Lisboa, foi presidida pelo cardeal-patriarca, no Parque Eduardo VII
Lisboa, 25 fev 2023 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa presidiu esta sexta-feira à celebração da Via-Sacra no Parque Eduardo VII, local onde milhares de jovens estiveram com o Papa João Paulo II e onde vão estar, no próximo mês de agosto, com o Papa Francisco.
D. Manuel Clemente recordou a “imensidão” que enchia o parque central da cidade de Lisboa, na celebração com o Papa João Paulo II, em 1982, apontando para a juventude de todo o mundo que vai estar entre os dias 1 e 6 de agosto, numa noite em que as “cruzes” da atualidade foram evocadas nas estações da Via-Sacra, em torno da cruz de Cristo.
“Esta noite foi uma celebração da vida, da vida que cada um de nós ganha juntando a sua cruz à cruz de Jesus e levando connosco a cruzes dos outros com a cruz de Jesus”, afirmou o cardeal-patriarca de Lisboa na mensagem que dirigiu aos participantes na Via-Sacra, registada pela rádio Amparo.
D. Manuel Clemente, referiu-se às “cruzes de guerras que nunca mais acabam”, de “abusos de todo o género sobre os mais frágeis”, de “gente que vive sem habitação nem sítio onde se recolher nestas noites frias de inverno” e de quem “que não tem o suficiente para comer, que não tem trabalho para levar uma vida digna”.
“Cruzes de gente que sai da sua a terra à procura de uma terra que nunca mais chega; cruzes de gente que vive só, e nesta cidade de Lisboa há muita gente a viver só e na sua solidão, sem razões para existir quase; cruzes de doenças que nunca mais acabam; mais aquelas cruzes que levamos no nosso coração e que só nós sabemos”, lembrou D. Manuel Clemente.
Esta cruz atrai-nos porque sabemos que, na Sua cruz, Jesus transporta todas as nossas cruzes. E sabemos que o seu destino não é um destino de morte, é um destino de vida”.
O cardeal-patriarca lembrou a “aproximação cada vez maior” à realização da JMJ Lisboa 2023, quando jovens do mundo inteiro estarão em Lisboa “atraídos pela grande cruz” de Jesus Cristo.
Em declarações à Agência ECCLESIA, o responsável pelo Serviço da Juventude do Patriarcado de Lisboa referiu-se à Via-Sacra celebrada em todas as dioceses como um “marco importante no caminho de preparação para a JMJ”, a pouco mais de cinco meses da jornada.
“Foi bonito ver os jovens unidos, a Igreja de Lisboa unida, as várias pastorais – universitária, vocacional, familiar, catequese – e foi bonito ver a Igreja de Lisboa reunida para rezar junto da cruz com o seu bispo, com a JMJ no horizonte”, afirmou João Clemente.
O responsável pelo Comité Organizador Diocesano (COD) da JMJ, em Lisboa, disse que “todas as meditações foram ao encontro dos jovens” e os “textos foram pensados, foram rezados por jovens, em conjunto várias congregações e movimentos juvenis, que ajudaram na vivência da celebração”.
“Durante as estações foram lembrados muitos jovens perseguidos por guerras, por falta de bens, por não terem acesso à habitação, pelo desemprego, por terem de emigrar das suas terras, tocou-se a questão de todos os jovens, todas as crianças que foram feridas na sua intimidade… Colocamos junto desta cruz o que são as cruzes de tantos jovens”, lembrou João Clemente.
De acordo com o COD de Lisboa, mais de cinco mil participantes percorreram as estações da Via-Sacra no Parque Eduardo VII, local onde estará o Papa para viver, com os jovens de todo o mundo, a mesma celebração, no dia 4 de agosto de 2023.
Por proposta do Comité Organizador Local (COL) da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023, as dioceses de todo o país uniram-se na celebração da Via-Sacra, na primeira sexta-feira do tempo da Quaresma, como forma de preparação do encontro de jovens de todo o mundo com o Papa, no próximo mês de agosto.
PR
JMJ Lisboa 2023: Dioceses portuguesas convidam jovens a participar na Via-Sacra