Bispo cabo-verdiano reconhece Jornada como oportunidade de «riqueza enorme e intercâmbio» entre crentes diferentes e com diversas tradições
Fátima, 27 jul 2023 (Ecclesia) – D. Ildo Fortes, bispo de Mindelo, Cabo Verde, acompanha em Portugal 12 jovens seminaristas do seu país, que vêm participar na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023, sublinhando a importância de contacto com pessoas de tradições diferentes.
“Para os jovens, os crentes são os que estão na sua paróquia – é lá que fazem a sua experiência dominical e com o grupo de jovens. Mas estar com uma multidão diferente no estilo, ajuda a fortalecer a fé. Os momentos de massa têm a riqueza de nos contagiar. Espero que isso aconteça e o meu desejo maior é que isto tudo permita um encontro com Jesus: tudo pode servir para isso – os momentos de oração, a conversa com alguém, o silêncio – para que possam sair mais enriquecidos em termos cristãos”, conta o responsável à Agência ECCLESIA.
Apesar de estudarem em diferentes países, D. Ildo Fortes explica que o regresso à terra convida os seminaristas a experiências pastorais junto das famílias e dos jovens para conhecerem a realidade dos cristãos.
“É de extrema importância que não venham apenas para ver o Papa ou estar no altar, se for o caso, mas que possam estar com os jovens que estão nas famílias, fizeram caminho a pé, comem sandes como todos”, indica o bispo de Mindelo.
Vindo do Brasil, onde faz o último ano da sua formação antes de ser ordenado padre, o seminarista Éder Silva conta que o sonho da JMJ em Portugal, com o Papa Francisco, já o acompanhava há algum tempo.
“A primeira vez que vi o Papa Francisco foi no Santuário de Fátima e vai novamente ser uma grande alegria encontra-lo, esperando uma renovação espiritual”, adianta.
Integrado no grupo de 12 jovens, Éder Silva dá conta da alegria que sente por levar, pela primeira vez, os colegas “a um local como o Santuário de Fátima.
“Ver a força da juventude, aqui reunida e eu, como futuro sacerdote, encontro a esperança que nos chama também para a missão. É uma esperança a (possibilidade de) ver o Papa mas que seja algo que nos ajude à conversão”, sublinha.
D. Ildo Fortes reforça que todos os momentos destas semanas são importantes, desde os ‘Dias na Dioceses’ até ao encontro em Lisboa, com o Papa Francisco.
“Desde o acolhimento no aeroporto, o caminho a pé a Fátima, as visitas aos Valinhos, em Santa Iria da Azóia onde vamos celebrar e ter momentos de partilha. Eu sinto-me bem em estar no meio dos jovens. Quisemos que os 12 seminaristas tivessem uma experiência com a juventude e estão a participar em tudo das pré-jornadas e JMJ Lisboa 2023”, indica o responsável católico.
No regresso à sua terra natal, o bispo de Mindelo reconhece que gostaria que os jovens fossem “mais fortalecidos na sua fé”.
“Gostaria que levássemos para Cabo Verde aspetos que podem parecer periféricos, como a comunhão universal, a partilha, a precariedade – porque nem tudo corre como queríamos – todas as experiências que se relacionam com o encontro de culturas, povos e línguas, mas que possam também ser fortalecidos na fé. A experiência de uma Jornada é dar e receber. O intercâmbio é uma riqueza enorme”, conclui.
SN/LS