JMJ 2023: Casal imigrante acolhe três peregrinos venezuelanos, num «reencontro de amigos»

Stephanie e Christian Pestana estão há seis anos em Portugal e preveem ter a «casa com muita música e muito barulho»

Foto: Stephanie e Christian Pestana com amigos venezuelanos

Lisboa, 20 jul 2023 (Ecclesia) – Stephanie e Christian Pestana estão há seis anos em Portugal e contaram à Agência ECCLESIA como a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023 vai levar a “um reencontro de amigos”, acolhendo três peregrinos venezuelanos na sua casa. 

“Nós vamos acolher três pessoas, o nosso padrinho de casamento, sacerdote venezuelano que agora vive no Peru e pediu-nos acolhimento, e ainda um casal de amigos, oriundos da Venezuela, íamos inscrever-nos como família de acolhimento mas depois destes pedidos não tínhamos mais espaço, somos assim uma família de acolhimento não oficial”, descreve Stephanie à Agência ECCLESIA.

Naturais da Venezuela, Stephanie e Christian Pestana vieram para Portugal há seis anos por uma ligação natural da família à Madeira e ao norte do país.

Foto: Stephanie e Christian Pestana com padrinho

“Viemos noivos e casámos cá, em Santa Maria da Feira, depois, devido ao emprego, chegámos a Lisboa”, recorda. 

E é na capital portuguesa que acontece de 01 a 06 de agosto a JMJ onde o jovem casal imigrante está envolvido no voluntariado.

“O casal de amigos da Venezuela estão muitos contentes por vir, ele faz música católica na Venezuela, depois de experiências no Brasil e no Panamá, são eles que nos vão ensinar como se vive uma JMJ, eles trazem expetativas muito altas, sabem como funciona a dinâmica e vêm com a ideia do intercâmbio através da música”, explica. 

Stephanie Pestana contou ainda que o casal virá mais cedo e vai passar por Vila Nova de Gaia onde Said Nassar, músico profissional da Venezuela, vai participar no GodTellers, o festival de música de inspiração cristã.

“Estes amigos já não os vemos desde que saímos da Venezuela, lá a situação é muito complicada, e vai ser uma emoção este reencontro de amigos”, destaca.

Para Stephanie a estadia vai ser fácil, “eles estão com muita vontade de vir e não são nada exigentes”, vêm à procura de encontro e de paz. 

Vêm à procura de paz, esta experiência de sair de um país que neste momento é tão complicado para viver, conhecer outras culturas e ver que noutros países as coisas funcionam um pouco melhor é bom, imagino que seja oportunidade de sair e respirar um novo ar”.

Já o amigo e padrinho de casamento, “foi ordenado sacerdote carmelita há pouco tempo, é a primeira vez que participa numa JMJ e já está inscrito para o parque do Perdão”.  

“Somos todos ligados à música, na Venezuela juntávamo-nos todos para cantar na Igreja, em casamentos e festas, o padre é guitarrista e canta também, prevê-se uma casa com muita música e muito barulho, porque os venezuelanos são muito barulhentos, mas com uma grande alegria”, afirma.

Olhando a semana da JMJ, o casal vai ter de se organizar porque “são voluntários no turno das 07 da manhã na paróquia”, em Algueirão-Mem Martins, e terão de deixar tudo pronto para o pequeno almoço dos três amigos, depois seguem-se as atividades de cada um. 

“Depois dessa semana até tenho medo, vai ser triste, neste caso dos nossos amigos, que vivem na Venezuela uma vida de sobrevivência, e ao despedir-nos não sabemos quando os voltaremos a ver, mas é a fé que nos ajuda a aguentar este tempo”, remata.

SN

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Agência ECCLESIA

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