Sacerdote afirma que os jovens são «o presente» da Igreja Católica
Leiria, 27 jan 2019 (Ecclesia) – O padre Augusto Gonçalves, antigo responsável pela pastoral juvenil nacional, afirma que é “um desafio muito forte” organizar a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2022, “em primeiro lugar para a Igreja” em Portugal mas também para o país.
“À Igreja que olhe para os jovens com olhar diferente, primeiro como alguém que tem valor hoje, não é dizer que são o futuro. Não são nada o futuro, eles são é o presente”, destacou, em declarações à Agência ECCLESIA.
O sacerdote da Diocese de Leiria-Fátima realça que no futuro os jovens “serão alguém muito válido” e exemplifica que, “hoje”, numa das suas paróquias tem “dezenas de adultos que trabalharam na juventude” e há um “dinamismo forte”.
Ao serviço da pastoral juvenil há vários anos, o padre Augusto Gonçalves foi convidado para assumir o departamento nacional, em 1995, depois da Peregrinação dos Jovens da Europa ao encontro do Papa João Paulo II, numa vigília de oração em cadeia com Sarajevo, dias 9 e 10 de setembro, no Santuário italiano de Loreto.
Segundo o sacerdote, a “hipótese” de receber uma edição internacional da Jornada Mundial da Juventude é um sonho antigo e “a resposta era ‘e porque não’”.
Nessa época, “sem dúvida” que ouviu “e via abertura” para essa candidatura, mas não viu da Igreja Católica, a nível institucional, “alguém que se pusesse à frente”.
Monsenhor Renato Boccardo, secretário Conselho Pontifício para os Leigos da Santa Sé, esteve no ‘Fátima Jovem’ de 1998, e segundo o sacerdote português “pareceu” estar “recetivo” à organização portuguesa de uma JMJ.
“Em conversas um pouco informais da parte do monsenhor havia uma abertura”, acrescenta, lembrando que “da parte dos jovens” também diziam que “era formidável”.
A JMJ surgiu por vontade do Papa São João Paulo após um encontro em Roma com os jovens, pelo Ano Internacional da Juventude de 1985.
“Foi uma lufada de ar fresco. Um grande o objetivo era ir ao encontro dos jovens, acreditar neles e dar-lhes o protagonismo que tantas vezes o nosso Papa falava”, disse o entrevistado que participou em sete edições internacionais da Jornada Mundial da Juventude.
Em Portugal também já havia um “dinamismo” de trabalho com os jovens, os primórdios da pastoral juvenil, “com a celebre Páscoa Jovem e a Páscoa da Libertação”, respetivamente em 1977 e 1978, com a orientação do padre Vitor Feytor Pinto.
As cinco dioceses do centro – Aveiro, Viseu, Portalegre, Leiria, Coimbra – trabalhavam em conjunto, sentiam que isso “enriquecia”, e começaram com “o pré-Fátima Jovem”, com “o apoio muito forte do Santuário de Fátima”, que “movimento muita gente” e no Ano Internacional da Juventude reuniram “25 mil jovens”.
O padre Augusto Gonçalves, que foi ordenado presbítero a 15 de agosto de 1965, observa que durante quase 25 anos a sua vida esteve “ligada aos jovens”, em três secretariados da Diocese de Leiria-Fátima, no seminário diocesano durante 13 anos e também no Departamento Nacional da Pastoral Juvenil.
Aos “desafios” que a juventude apresenta, “embora pareçam diferentes, e são”, a resposta deve de “em complementaridade” ajudarem-se “mutuamente”, “é uma mão para que sejam no lugar onde estão”.
“Não é dizer tens este lugar, tens isto para fazer, é ajudar a descobrir o que é que eles podem, querem, e são capazes de fazer”, acrescenta, sublinhando que não tem “dúvidas” que os jovens “deviam ter mais” espaço e protagonismo na Igreja Católica.
O Vaticano anunciou hoje que a cidade de Lisboa vai acolher a próxima edição internacional da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em 2022.
HM/CB/OC