Comité local admite cancelamento parcial ou total de iniciativas se faltar apoio das autoridades
Rio de Janeiro, Brasil, 11 jul 2013 (Ecclesia) – A organização da próxima Jornada Mundial da Juventude (JMJ) lançou um alerta para as consequências da ação civil pública do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, que pretende suspender a contratação de serviços de saúde.
Segundo nota oficial do Comité Organizador Local (COL), as autoridades judiciais determinaram que a JMJ 2013, que se realiza na cidade brasileira de 23 a 28 de julho, é um “um evento privado e nenhum dinheiro público poderia ser investido na sua realização”, apesar de ser uma iniciativa aberta a todos sem a venda de bilhetes ou fins lucrativos.
Em causa, com a ação civil de terça-feira, ficou um edital, publicado pelo Município do Rio de Janeiro, que previa a contratação de serviços de saúde de apoio à JMJ, na qual são esperados mais de dois milhões de peregrinos, com a presença do Papa nos atos conclusivos.
Estes serviços teriam assim de ser custeados pela organização, o que levaria, segundo o comunicado, ao cancelamento parcial ou total de iniciativas previstas na programação da jornada.
O COL reafirma o caráter público deste encontro, apesar da sua natureza religiosa, e a preocupação pelo bem-estar dos peregrinos, contestando o argumento usado pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, uma vez que “a JMJ Rio 2013 será um evento realizado em parceria com o poder público”.
A nota oficial diz que o Ministério Público foi informado “regularmente” de todas as ações e que “insiste em ignorar” que diversos pedidos, para a realização da JMJ no Rio de Janeiro, partiram de entidades políticas, como o então presidente Lula da Silva e a atual presidente da República, Dilma Roussef, pelo Governo Estadual e pela Prefeitura do Rio de Janeiro.
Para o COL, estes órgãos perceberam a importância de acolher a JMJ pois “afirmaria” a maturidade social, económica e organizacional do Rio de Janeiro, “perante a comunidade internacional”.
“O empenho em obter o direito de sediar este evento foi equiparado ao despendido para sediar os Jogos Olímpicos e o Campeonato do Mundo” de futebol, acrescenta a nota.
A segurança da JMJ, recorda a organização, é da responsabilidade das Forças Armadas, uma decisão da Presidência da República e, assim, “verifica-se empenho do poder público em prover a segurança do evento”.
Desta forma, o COL entende ser “justo” que o poder público providencie serviços de saúde que estão disponíveis, não só para os participantes da JMJ mas também “a todos os que estiverem nas imediações e necessitarem de eventual atendimento médico”.
CB/OC