JMJ 2011: Bento XVI recebido em apoteose

Primeiro encontro com os jovens e banho de multidão em Madrid marcado por alertas do Papa para as «tentações» que destroem a juventude

Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA a Madrid

Madrid, 18 ago 2011 (Ecclesia) – Bento XVI alertou hoje os jovens católicos para o perigo de propostas “lisonjeiras” que apenas deixam “o vazio e a frustração”, no seu primeiro banho de multidão em Madrid.

Na festa de acolhimento e boas-vindas aos jovens da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2011, o Papa considerou “fútil” uma “existência sem horizontes, uma liberdade sem Deus”.

“Há muitos que, julgando-se deuses, pensam que não têm necessidade de outras raízes nem de outros alicerces para além de si mesmo. Desejariam decidir, por si sós, o que é verdade ou não, o que é bom ou mau, justo ou injusto; decidir quem é digno de viver ou pode ser sacrificado nos altares de outras preferências; em cada momento dar um passo à sorte, sem rumo fixo, deixando-se levar pelo impulso de cada instante. Estas tentações estão sempre à espreita”, observou.

Bento XVI criticou as “palavras que servem apenas para entreter, e passam como o vento”.

“Outras instruem, sob alguns aspetos, a mente; as palavras de Jesus, ao invés, têm de chegar ao coração, radicar-se nele e modelar a vida inteira. Sem isso, ficam estéreis e tornam-se efémeras; não nos aproximam dele. E, deste modo, Cristo continua distante, como uma voz entre muitas outras que nos rodeiam e às quais estamos habituados”, precisou.

Aos presentes, o Papa desafiou a “projetar a luz de Cristo” sobre os jovens da sua vida e “sobre toda a humanidade, mostrando uma alternativa válida a tantos que viram a sua vida desmoronar-se, porque os alicerces da sua existência eram inconsistentes”.

Bento XVI aludiu também “a tantos que se contentam em seguir as correntes da moda, se refugiam no interesse imediato, esquecendo a justiça verdadeira, ou se refugiam em opiniões pessoais em vez de procurar a verdade sem adjetivos”.

Na praça de Cibeles, o Papa foi saudado por um jovem de cada continente, na sua própria língua, que ofereceram um presente típico: Polónia, Austrália, Coreia do Sul, Honduras e Guiné-Conacri foram os países escolhidos.

“Agradeço as carinhosas palavras que me dirigiram os jovens representantes dos cinco continentes. Com afeto, saúdo a todos vós que estais aqui congregados – jovens da Oceânia, África, América, Ásia e Europa – e também a quantos não puderam vir”, disse Bento XVI, que usou o chapéu que lhe foi oferecido pelo jovem hondurenho.

Seguiu-se um pequeno momento de oração, no qual foram lembrados “todos os perseguidos por causa do evangelho”, para além dos “pobres e marginalizados”, os que “não têm casa nem trabalho” ou os que “passam fome e sede”.

“Queridos amigos, sede prudentes e sábios, edificai as vossas vidas sobre o alicerce firme que é Cristo. Esta sabedoria e prudência guiará os vossos passos, nada vos fará tremer e, em vosso coração, reinará a paz”, pediu o Papa.

Bento XVI regressa agora para a nunciatura, ao som do ‘Messias’ de Handel, entoado pelo coro das jornadas.

A JMJ 2011 decorre desde terça-feira e até domingo, na capital espanhola, onde são esperados mais de um milhão de peregrinos, a quem se vai juntar o Papa Bento XVI, nos últimos quatro dias do maior evento juvenil organizado pela Igreja Católica.

O portal Agência ECCLESIA está a acompanhar 26ª edição da Jornada Mundial da Juventude com uma secção dedicada ao encontro, onde além de notícias atualizadas se inclui a edição especial em «pdf» criada para o evento, bem como vídeos e ligações para as emissões em direto de televisão e rádio.

OC

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