Companhia de Jesus «lamenta profundamente» sofrimento provocado por estas situações
Lisboa, 22 fev 2022 (Ecclesia) – Os jesuítas portugueses receberam duas denúncias de abusos sexuais nos primeiros três meses de atividade do seu “Serviço de Escuta”, criado no âmbito do Sistema de Proteção e Cuidado de Menores e Adultos Vulneráveis.
A Companhia de Jesus refere, em nota divulgada online, que o serviço se destina a “acolher, escutar e apoiar vítimas de abusos sexuais, independentemente da data em que tenham ocorrido”.
A Província Portuguesa recebeu duas denúncias de abusos de menores, envolvendo dois jesuítas já falecidos.
“As situações relatadas remontam aos anos 50 e 80 e referem-se a toques em zonas íntimas. As vítimas pretendiam dar a conhecer a situação vivida, tendo, por isso, sido acolhidas e escutadas e o seu sofrimento reconhecido”, indica o comunicado publicado pelo portal ‘Ponto SJ’.
O Serviço de Escuta foi contactado por outras vítimas, relatando abusos ocorridos fora do âmbito da Companhia de Jesus.
“Foram acolhidas, informadas e orientadas relativamente às entidades competentes para receberem os testemunhos e tratarem as denúncias”, assinalam os jesuítas.
Sofia Marques, coordenadora do Serviço de Escuta, “agradece estes contactos e a confiança que as vítimas depositaram neste serviço que procura escutar, acompanhar e apoiar todos os que possam ter sido vítimas de abusos sexuais nas organizações ligadas aos jesuítas”.
A Companhia de Jesus lamenta profundamente o impacto e o sofrimento que estas situações causaram às vítimas e reza para que possam agora encontrar paz e serenidade”.
O serviço conta com um grupo consultivo de apoio e um grupo de escuta para acolhimento das vítimas, recebendo denúncias através dos contactos escutar@jesuitas.pt ou 217543085 (entre as 9h30 e as 18h).
A Companhia de Jesus pede às pessoas que tenham sido vítimas de alguém ligado às suas obras e organizações que “não deixem de contactar o Serviço de Escuta”, mesmo que já tenham dado o seu testemunho à Comissão Independente, criada a pedido da Conferência Episcopal Portuguesa.
OC